Na última semana, a atriz Samara Felippo denunciou publicamente que sua filha de 14 anos foi alvo de racismo no colégio onde estuda, a Escola Vera Cruz, na zona oeste de São Paulo. Segundo Samara, este não foi um incidente isolado; houve outros episódios de discriminação racial contra sua filha na instituição.
A primeira denúncia pública aconteceu após um caderno da adolescente, filha de um relacionamento com o ex-jogador de basquete Leandrinho Barbosa, ser rasgado, com páginas arrancadas e uma mensagem racista escrita.
Em depoimento à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), Samara relatou que este não foi o primeiro caso envolvendo discriminação racial contra sua filha. Um episódio anterior envolveu a acusação injusta de furto de um carregador de celular.
“É reincidente, recorrente. Desde o ano passado, de um episódio que um carregador some e a acusada é minha filha. Isso tudo são pequenas camadas do racismo que crianças pretas passam todos os dias veladamente”, disse Samara a atriz nesta terça-feira (30) em depoimento à Polícia, segundo o Estadão.
A Escola Vera Cruz, por sua vez, afirmou que as alunas responsáveis pelo ato racista foram suspensas por tempo indeterminado e que estão avaliando a aplicação de outras sanções. O colégio também prometeu ações de reparação, mas ainda não detalhou quais serão.
A advogada de Samara, Thaís Cremasco, destacou a importância de medidas efetivas por parte da escola para impedir a presença de alunos racistas no ambiente escolar. Enquanto isso, a estudante vítima do racismo manifestou o desejo de permanecer na escola, especialmente pelo apoio recebido dos colegas.
Por outro lado, os pais das alunas responsáveis pelo ato de racismo anunciaram que vão tirar as meninas do Vera Cruz, visando à proteção de todas as envolvidas.
Em uma carta enviada às famílias da turma, eles reconheceram o erro de suas filhas e destacaram a necessidade de enfrentar o racismo estrutural presente na sociedade.