Rio Guaíba passa dos 5 metros na maior cheia já registrada em Porto Alegre (RS)

Atualizado em 4 de maio de 2024 às 12:26
Enchente nos arredores do Estádio Beira Rio, em Porto Alegre. Foto: Miguel Noronha/Enquadrar

Neste sábado (4), o rio Guaíba, em Porto Alegre, ultrapassou os cinco metros de altura, alcançando a maior cheia de sua história. O registro foi feito no Cais Mauá 6, no Centro Histórico da cidade, atingindo 5,04 metros, segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH), gerenciado pela Agência Nacional de Águas (ANA).

A elevação do nível do rio já havia sido observada na noite de sexta-feira (3), quando o Guaíba atingiu 4,77 metros, ultrapassando o recorde anterior de 4,76 metros, estabelecido em 1941. Esse aumento representa um risco iminente de ruptura dos diques de proteção, intensificando a situação de emergência na capital gaúcha.

Como consequência direta, o Aeroporto Internacional Salgado Filho suspendeu todos os voos por tempo indeterminado, enquanto a cidade enfrenta as adversidades causadas pelas chuvas intensas.

O dique de contenção próximo ao rio Gravataí, nas proximidades da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), na Zona Norte de Porto Alegre, extravasou no sábado pela manhã. A Prefeitura emitiu um alerta de evacuação para o bairro Sarandi e está removendo os moradores com apoio do Exército e Bombeiros.

Durante coletiva de imprensa na noite de sexta-feira, o governador Eduardo Leite (PSDB) destacou os esforços para conter os danos, mas admitiu a incerteza sobre a resistência das estruturas de proteção.

“As pessoas ficam curiosas, querem ver, porque é um fato histórico, mas, nesse momento, chegar perto de locais que estão inundando pode ser algo de muito risco. A gente pede pra que as pessoas levem a sério os alertas emitidos e se coloquem em segurança, porque em Porto Alegre e Canoas há diques de proteção, mas todos esses sistemas estão sendo estressados, postos à prova por um volume muito grande e persistente de água”, alertou Leite.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que, até o momento, 56 pessoas perderam a vida e 67 estão desaparecidas em todo o estado devido às chuvas. Além do Guaíba, outros rios, como o Jacuí, dos Sinos e Ibicuí, também estão sob alerta extremo.

Diante da situação de emergência, o Centro Estadual de Treinamento Esportivo (Cete) abriu suas portas para receber cerca de 300 desabrigados e desalojados. Uma ação conjunta do governo estadual e da prefeitura proporcionou alimentos, água, itens de higiene e alojamento para os afetados, incluindo espaço para animais de estimação e doações de ração.

Até a manhã deste sábado, 281 municípios foram atingidos pela enchente histórica. O número de desabrigados chegou a 8.296, enquanto 24.666 pessoas estão desalojadas. No total, 377.497 indivíduos foram afetados pela tragédia.

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