A previsão para os próximos dias no Rio Grande do Sul (RS) mostra que a situação dos rios deve melhorar somente no final de maio, mesmo sem chuva significativa. A água está escoando lentamente pelo Rio Guaíba, que ontem estava a 5,26 metros, apenas 7 centímetros abaixo de sábado, e ainda 2,26 metros acima da cota de inundação. A queda deve continuar gradual, e as cidades ao redor do Guaíba continuarão alagadas por pelo menos mais uma semana.
A lentidão no escoamento da água é resultado do enorme volume acumulado durante as chuvas intensas da última semana. Além disso, o Guaíba deságua na Lagoa dos Patos através de uma passagem estreita de apenas dois quilômetros. Isso faz com que a água leve mais tempo para fluir, especialmente porque a Lagoa dos Patos também tem um escoamento lento, afetado por ventos e pela estreita saída para o oceano.
Alerta Máximo
As cidades ao redor da Lagoa dos Patos, como Pelotas e Rio Grande, estão em alerta máximo, pois a cheia do Rio Guaíba já está chegando lá. A previsão é de que a inundação nessas áreas dure cerca de 20 dias. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e o Serviço Geológico Brasileiro (SGB), a situação deve permanecer crítica durante esse período.
Causas da inundação
A causa da inundação é a chuva intensa que ocorreu na última semana, quando o volume de chuva esperado para todo o outono caiu em apenas quatro dias.
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— Closer Brasil (@BrasilCloser) May 6, 2024
A água acumulada nas bacias dos Rios Taquari, Jacuí e Caí fez a vazão média do Guaíba saltar de dois mil metros cúbicos por segundo para cerca de 25 mil metros cúbicos por segundo. Isso, conforme Artur Matos, coordenador do Sistema de Alerta Hidrológico do SGB, faz com que o Guaíba leve mais tempo para voltar ao normal.
Matos explica que o Taquari e o Jacuí representam 85% do volume do Guaíba, enquanto o Caí contribui com 6%. Com um volume tão grande de água escoando pela passagem estreita do Guaíba, o nível do rio deve continuar alto pelos próximos dias. Ele diz que, se não houver chuvas fortes, o Guaíba deve baixar para cerca de quatro metros no sábado, dia 11, mas ainda assim, isso é um metro acima da cota de inundação.
Pressão sobre barragens aumenta
A pressão sobre as barragens das usinas hidrelétricas também aumentou. Na Usina Hidroelétrica Dona Francisca, no Rio Jacuí, a vazão chegou a 12.812 metros cúbicos por segundo no dia 30 de abril. Isso é cerca de 40 vezes mais do que o normal para maio, o que indica a dimensão do problema. Em várias hidrelétricas, os equipamentos que medem a vazão dos rios foram destruídos pelas enchentes.
Sem esses equipamentos, o SGB tem utilizado dados do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que usa modelagem numérica para monitorar o Guaíba. Os especialistas classificam a situação atual do rio como estável, pois o nível parou em 5,26 metros. No sábado, ele atingiu 5,33 metros, um recorde histórico.
Para o Cemaden, a situação deve melhorar lentamente porque a chuva se deslocou para o sul, para o Uruguai. O coordenador-geral de Operações do Cemaden, Marcelo Seluchi, afirma que há uma trégua de chuva por três dias, mas deve chover de novo na quarta-feira (8), com volumes menores do que os da semana passada.
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