Saiba como a extrema-direita sequestrou a pauta da maternidade no Brasil

Atualizado em 12 de maio de 2024 às 8:14
A deputada federal do PL, Caroline de Toni, levou a filha de 50 dias ao plenário para discurso em favor da vida e dos valores cristãos. (Foto: Reprodução)

Nos últimos anos, a pauta da maternidade no Brasil sofreu uma transformação significativa, com a extrema-direita sequestrando para si essa pauta. Se antes a maternidade era pouco explorada na política, hoje ela é usada como ferramenta para promover agendas conservadoras, como a criminalização do aborto. Com informações da Folha de S.Paulo.

Esta mudança é evidente nas representantes políticas, com diversas deputadas grávidas ou recentemente mães. Embora isso represente um avanço em termos de visibilidade da maternidade, a sub-representação feminina no Congresso ainda é notável, com apenas 18% de mulheres parlamentares.

Parlamentares de diferentes espectros políticos agora compartilham suas experiências maternas, uma prática que, no passado, era alvo de críticas por parte da direita. Até mesmo deputadas bolsonaristas agora destacam sua maternidade, aproveitando a popularidade nas redes sociais desse campo político.

A ex-deputada Manuela D’Ávila, do PCdoB, cuidando de sua filha, Laura, no Congresso. (Foto: Reprodução)

No entanto, a forma como a maternidade é abordada difere entre os espectros políticos. Enquanto algumas parlamentares de esquerda buscam humanizar a política compartilhando suas rotinas maternas, outras da direita utilizam a maternidade para fortalecer argumentos conservadores, como a ampliação da criminalização do aborto.

Além da pauta do aborto, políticas de direita também em questões relacionadas à educação de pessoas com deficiência, muitas vezes defendendo a segregação desses indivíduos em classes especiais.

Por outro lado, há um movimento crescente em busca de políticas públicas que tornem o cuidado infantil mais coletivo e menos centrado apenas na figura materna. Propostas como espaços lactários em locais de trabalho e licenças parentais para ambos os genitores estão em debate.

A ideia é construir uma cultura onde o cuidado infantil seja compartilhado de forma igualitária entre pais e mães, com apoio do Estado. Essa mudança de perspectiva pode abrir caminho para uma participação mais igualitária das mulheres na política, sem sobrecarregá-las com responsabilidades exclusivas.

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