A Justiça de São Paulo determinou que 14 policiais militares da Rota, a tropa de elite da Polícia Militar, sejam levados a júri sob a acusação de matar dois homens e utilizar armas e explosivos furtados para simular um tiroteio na zona oeste de São Paulo em agosto de 2015, conforme informações do colunista Josmar Jozino, do UOL.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo anunciou que a sentença de pronúncia (decisão de levar os réus a júri) foi proferida no mês passado. No entanto, devido ao sigilo do processo e à fase de recurso iminente, não foram divulgados mais detalhes.
Os PMs envolvidos nas mortes são Luís Gustavo Lopes de Oliveira, Erlon Garcez Neves, Renato da Silva Pires, Moisés Araújo Conceição, Luiz Fernando Pereira Slywezuck, Emerson Bernardes Heleno, Tiago Belli, Marcelo Antonio Liguori, Elias Sérgio da Câmara, Eduardo de Oliveira Rodrigues, Leandro Augusto de Souza, Marcos Gomes de Oliveira, Arthur Marques Maia e Tiago Santana Oliveira.
De acordo com o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), os policiais da Rota abordaram um dos homens em Guarulhos, na Grande São Paulo, e o mataram em Pirituba, zona oeste da capital paulista, onde uma segunda vítima também foi assassinada no mesmo local e horário.
Os militares afirmaram ter havido confronto em Pirituba. Entretanto, o MP-SP investigou e descobriu que os PMs utilizaram uma pistola calibre 40 furtada do 3° DP de Diadema, no ABC Paulista, e um revólver calibre 32 extraviado da Delegacia de Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, para cometer os crimes.
As investigações revelaram ainda o uso de uma submetralhadora artesanal, bananas de dinamite e até mesmo um colete da Polícia Civil na cena do crime, tudo para “justificar” as mortes dos dois homens em Pirituba.
Além disso, o promotor de Justiça Hidejalma Muccio, responsável por acompanhar o caso, afirmou que os policiais militares da Rota inventaram toda a história e “plantaram” as armas junto aos dois homens mortos para simular um confronto.