O ex-deputado federal Roberto Jefferson voltará à cadeia nos próximos dias. Desde julho de 2023, ele está internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro – quase um hotel de luxo -, para tratar de sua saúde – débil, quando convém.
Não há nenhuma justificativa clínica para ele continuar internado, garantiu ao DCM um médico da direção do hospital. E confirmou um advogado criminal, que pediu anonimato. Jefferson sabe que, saindo do seu spa hospitalar, vai voltar a ficar em cana – mais especificamente o hospital penitenciário do presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8.
A defesa de Jefferson questiona, candidamente, se um presídio tem condições de receber o ex-parlamentar – que teria um quadro de insuficiência renal. E pretende invocar as condições de saúde do ex-deputado para tentar mais uma vez transformar a prisão preventiva em domiciliar, já que ele necessitaria, diz a defesa, de cuidados especiais. Protelação, muito bem remunerada, para manter um bandido fora da cadeia.
Questionado pela Justiça, a própria direção do Samaritano informou à Justiça que o ex-deputado federal tem condições médicas de deixar o hospital. O DCM confirmou com o hospital que Jefferson continua no hospital, em uma suíte privativa.
Um dos políticos mais controversos da história recente, o ex-deputado ainda é mantido lá por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que acolheu manifestação da Procuradoria-Geral da República, que quer saber, mesmo com as garantias do hospital, se a saúde do golpista bolsonarista permite que vote atrás das grades. A Seap tem que responder até o fim dessa semana, mas o DCM apurou: Jefferson vai voltar pra cana.
Jefferson fez parte do estratagema de desespero, nos últimos dias do governo Bolsonaro, no final do mandato do hoje inelegível, para criar o caos e dar o golpe – se não nos tanques, no seu caso, a granadas e tiros de fuzil – literalmente.
Num episódio patético, transmitido ao vivo, Jefferson se entregou à Polícia Federal no final do dia 23 de outubro de 2022 depois de decisão do ministro Moraes ordenar o cumprimento de prisão em flagrante.
O político, que estava em prisão domiciliar, havia atacado agentes da corporação com 50 tiros de fuzil e arremessado 3 granadas horas antes, para impedirem que entrassem em sua mansão, em Comendador Levy Gasparian (RJ), com câmeras de monitoramento por vídeo. A PF o indiciou por 4 tentativas de homicídio contra integrantes da corporação. A agente Karina Oliveira e o delegado Marcelo Vilella ficaram feridos.
No dia anterior, o magistrado já havia determinado o restabelecimento da prisão preventiva de Jefferson por descumprir medidas cautelares, como a proibição de postar nas redes sociais. Ele vinha pregando o golpe e chegou a postar imagens armado até os dentes.
No dia 21 de outubro daquele ano, Jefferson, na internet, xingou a ministra Cármen Lúcia, referindo-se a ela com palavras de baixo calão – que não merecem ser repetidas. Jefferson está em maus lençois: será julgado por um júri popular, por abrir fogo por conta da ação contra os policiais federais. Jefferson admitiu que atirou cerca de 50 vezes e que arremessou três granadas.
O próprio neo-procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, afirmou em janeiro, em manifestação enviada ao Supremo, que investigações envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson podem ser vistas “como elo relevante” na engrenagem que resultou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023 — quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.
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