Gleisi detona críticas de ex-presidentes do BC: ‘Entregaram a dívida em 57,4% do PIB, Lula baixou para 37,1%’

Atualizado em 18 de maio de 2024 às 21:38
Presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann. Foto: Adriano Machado/Reuters

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, rebateu neste sábado (18) as críticas feitas por ex-presidentes do Banco Central à política fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No X (antigo Twitter), a deputada federal comparou os resultados dos mandatos petistas com o governo de Michel Temer (MDB) e de Jair Bolsonaro (PL).

“Vamos lembrar que eles pegaram o país com dívida líquida (a que conta, Governo Geral + BC) em 22% do PIB e entregaram a 57,4% em 2002. Lula derrubou a dívida para 37,1% em dois mandatos e ela estava em 38% quando derrubaram Dilma”, escreveu a parlamentar.

Gleisi destacou que a dívida líquida subiu para 57% na gestão Bolsonaro. “O governo do golpe, que eles apoiaram, elevou a dívida líquida a 53% em pouco mais de dois anos! Bolsonaro e Paulo Guedes subiram para os mesmos 57% legados deles que hoje criticam Lula”, disse.

“É esse pessoal que hoje quer dar lições, como se o fracasso fiscal lhes tivesse subido à cabeça”, acrescentou a presidente do PT.

As críticas à política fiscal do governo Lula ocorreram durante um debate sobre os 30 anos do Plano Real, organizado pelo BC.

O evento contou com a presença do atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e dos ex-presidentes Gustavo Franco, Gustavo Loyola, Pedro Malan e Persio Arida.

Malan, que também foi ministro da Fazenda entre 1995 e 2002, disse que é possível contabilizar compromisso fiscal e social, mas isso exige uma definição clara de prioridades.

“Quando tudo é prioritário, nada é prioritário. Quando temos um Orçamento com gastos que não são gastos e não devem ser considerados como tal, é um problema sério que estamos construindo para o futuro”, afirmou.

Ainda durante o debate, Arida relembrou a oposição de Lula ao Plano Real em seus primeiros mandatos e criticou a situação atual da política fiscal do país. “Nosso tripé macroeconômico é manco hoje em dia, porque a perna fiscal sofreu uma longa e contínua deterioração, e as perspectivas não são boas”, disse.

Gustavo Loyola, por sua vez, lamentou que até agora o Brasil não tenha resolvido seu problema fiscal. Para ele, a autonomia do BC é importante para manter a estabilidade econômica.

“Já houve várias ameaças à estabilidade. Felizmente, o Banco Central tem se fortalecido ao longo do tempo, e hoje temos a nossa autonomia, mas sofremos críticas e continuamos sofrendo críticas”, destacou.

“Embora a estabilidade de preço esteja imbricada fortemente no coração dos brasileiros, muitas vezes a instituição é sujeita a críticas sem nenhuma base, críticas políticas e populistas”, acrescentou.

Já Gustavo Franco observou que muitos dos déficits nasceram de práticas antigas e elogiou o fortalecimento do Comitê de Política Monetária (Copom).

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