Em 40 anos, agro tomou metade do solo do RS e cultivo de soja cresceu em 500%

Atualizado em 20 de maio de 2024 às 21:59
O governador Eduardo Leite participando da abertura da colheita da soja em Tupanciretã (RS)

Em menos de 40 anos, a área destinada ao agronegócio no Rio Grande do Sul cresceu em 35 mil km². Com essa expansão, que reduziu florestas e campos naturais, o agronegócio atualmente ocupa quase metade do estado. Com informações do UOL.

Evolução do uso do solo

Desde 1985, o Rio Grande do Sul converteu 12,41% de seu território para a agropecuária. De acordo com a plataforma Mapbiomas, a área usada para plantios e pastagens aumentou de 34,8% do estado em 1985 para 47,22% em 2022.

O avanço da agropecuária no período representou um incremento de 3,5 milhões de hectares, ou 35 mil km², área comparável ao tamanho da ilha de Taiwan ou 23 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

Impacto do agronegócio A área plantada com soja quase quintuplicou, passando de 13,6 mil km² em 1985 para 63,5 mil km² em 2022, embora o governo gaúcho estimasse que em 2023 essa área já superasse 84 mil km², o que equivale ao dobro do estado do Rio de Janeiro.

Principalmente sobre campos naturais, a agropecuária expandiu-se consideravelmente. De 1985 a 2022, as áreas de formação natural não florestal diminuíram em 30%, cedendo espaço para pastagens e culturas de soja, arroz e milho. As florestas, em contraste, reduziram-se menos de 5% no mesmo período.

Consequências ambientais

A perda de vegetação impacta tanto local quanto globalmente, conforme aponta Lisiane Becker, bióloga e presidente do Instituto Mira-Serra. A conversão de solos naturais para a agropecuária intensifica e agrava eventos climáticos extremos, prejudicando os serviços ecossistêmicos vitais.

Segundo o professor Heinrich Hasenack da UFRGS, o bioma do Pampa foi o mais afetado. No Pampa, as áreas naturais diminuíram 21% entre 1985 e 2022, principalmente para a criação de gado, que, se mal manejada, degrada o solo. Já na Mata Atlântica, a redução foi de 16%, principalmente devido ao cultivo de soja.

Plantação de soja em Cruz Alta (RS) antes das enchentes. Reprodução

Silvicultura em expansão

O cultivo de árvores como pinus e eucalipto cresceu mais de 15 vezes nos últimos 40 anos. Em 1985, a silvicultura ocupava 797,4 km², aumentando para quase 12 mil km² em 2022. As novas regras de zoneamento aprovadas pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente podem quadruplicar essa área nos próximos anos.

Críticas e defesa das políticas Ambientalistas pedem a revisão das novas regras, argumentando que não foram comprovadas a necessidade de expansão territorial e o impacto no consumo de água.

O governo gaúcho, no entanto, defende as novas regras, destacando que o zoneamento ambiental permitirá uma expansão segura da atividade, essencial para o sequestro de carbono.

Em resumo, a agropecuária e a silvicultura expandiram significativamente no Rio Grande do Sul, com impactos ambientais consideráveis, principalmente na redução de vegetação nativa e na alteração dos biomas do Pampa e da Mata Atlântica.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link