A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não encontrou apoio no bolsonarismo após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) torná-la ré na terça-feira (21) pela invasão no sistema do Conselho Nacional de Justiça.
A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A 1ª Turma do STF também tornou réu o hacker Walter Delgatti Neto, que confessou à Polícia Federal (PF) ter inserido dados falsos na plataforma do conselho a mando da parlamentar, que nega acusação.
Afastada de Jair Bolsonaro (PL) desde a derrota nas eleições presidenciais de 2022, a militância de direita parece ter abandonado a deputada bolsonarista.
Zambelli foi a segunda deputada federal mais votada em São Paulo em 2022, com quase 950 mil votos – mais do que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Mesmo assim, a parlamentar não é mencionada nos grupos da militância pró-Bolsonaro no WhatsApp e no Telegram.
No entorno do ex-presidente, a situação não é diferente. Segundo um aliado próximo, a deputada “nem sequer existe” para Bolsonaro e seu círculo político.
Desde a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro não mantém mais contato com Zambelli, a quem atribui a culpa pelo resultado nas urnas. Na véspera da eleição, a bolsonarista foi flagrada perseguindo um homem negro pelas ruas de São Paulo com uma arma em punho.
Para o ex-presidente, o episódio teve impacto sobre eleitores indecisos que teriam sido cruciais no segundo turno. Desde então, Bolsonaro não quer saber da deputada, que também é ré em um outro inquérito do STF sobre o episódio.
Só a própria deputada se defendeu em uma transmissão nas redes sociais. Zambelli ironizou o fato de se tornar ré no STF no mesmo dia em que a Segunda Turma do tribunal extinguiu uma das penas do ex-ministro José Dirceu no âmbito da Operação Lava Jato.