Embaixador do Brasil não deve voltar a Israel, diz Amorim: “Foi humilhado”

Atualizado em 24 de maio de 2024 às 20:14
Embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira (24) que o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, não voltará ao cargo.

O Itamaraty informou que Meyer retornou a Israel, mas não reassumiu a embaixada.

“Não havia alternativa. Nosso embaixador foi humilhado”, disse Amorim em Pequim, na China.

“Nosso embaixador foi humilhado. Eu acho que ele não volta. Se vai outro, eu não sei. Ele não volta, porque ele foi humilhado pessoalmente, mas ao ser humilhado pessoalmente foi o Brasil que foi humilhado. A intenção foi humilhar o Brasil”, destacou.

Assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim. Foto: Ludovic Marin/AFP

Em fevereiro, Meyer foi chamado pelo governo brasileiro após ser convocado pelo chanceler israelense Israel Katz para dar explicações sobre uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante entrevista coletiva em Adis Abeba, na Etiópia, Lula disse que a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza se assemelhava ao que Adolf Hitler fez quando “resolveu matar os judeus”.

Lula tentou se retratar afirmando que não citou a palavra Holocausto – o que, de fato, não ocorreu –, mas a associação foi condenada imediatamente por Israel.

Horas depois, Meyer foi convocado. Inicialmente, o encontro estava previsto para ocorrer na sede do Ministério de Relações Exteriores de Israel. Contudo, o embaixador brasileiro foi avisado na manhã seguinte que o local da reunião seria o Yad Vashem, mais importante memorial sobre o Holocausto.

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