Na última sexta (24), em entrevista ao podcast Futeboteco, o ex-deputado federal Jean Wyllys afirmou que o governo Lula (PT) “se tornou de centro-direita” e sugeriu que o presidente, ao invés de tentar a reeleição em 2026, atue como “cabo eleitoral” para uma candidatura da ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB).
“Lula não deveria se candidatar em 2026. Já deu! Acho que é hora de o PT sair do protagonismo e vir para a retaguarda, se tornar coadjuvante e apostar no nome de Simone Tebet”, declarou Wyllys.
O ex-deputado, que é filiado ao PT, também sugeriu que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, seja o vice em uma chapa liderada por Tebet. “A Simone, muito mais que a Marina, dialoga com muito mais setores”, afirmou.
Wyllys defendeu o nome de Tebet por ser mulher: “A gente precisa, no século 21, ter mulher [na Presidência]”. Quanto a Silvio Almeida, ele destacou o apelo “pela luta antirracista” que o ministro representa.
Tebet é filiada ao MDB. Em 2022, a ministra concorreu à Presidência como um nome mais ao centro, a chamada “terceira via”, tentando romper a polarização entre Lula e o então presidente Jair Bolsonaro (PL).
A então senadora pelo Mato Grosso do Sul terminou o primeiro turno na terceira posição, com 4,16% dos votos válidos. No segundo turno, declarou apoio a Lula contra Bolsonaro. Com a vitória do petista, se tornou ministra do Planejamento do atual governo.
O ex-deputado, porém, observou que Lula é “vaidoso”, o que dificultaria o PT abrir mão de disputar a Presidência da República com um candidato próprio: “Lula não gosta de outras lideranças perto dele”.
“Novas lideranças não brotaram porque o PT fica no lulismo, e a gente precisa entender que o Lula não é eterno”, disse Wyllys, acrescentando que tal estratégia para 2026 ajudaria a “deixar o país mais coeso”, sem excluir os petistas do governo.