A Espanha anunciou na última terça-feira (21) a retirada definitiva de sua embaixadora, María Jesús Alonso Jiménez, da Argentina. Com informações do Metrópoles.
A decisão ocorreu após o presidente argentino Javier Milei acusar a esposa do premiê da Espanha, Pedro Sanchez, de ser “corrupta”. A declaração ocorreu durante um organizado pela extrema direita espanhola, Vox, no último domingo (19) em Madri.
No mesmo dia, o governo de Sanchez exigiu um pedido oficial de desculpas de Milei. No entanto, a Casa Rosada afirmou que não havia motivos para pedir desculpas.
Segundo especialistas em direito internacional, a retirada definitiva para a diplomacia é algo “forte” e “raro”, que pode acarretar “embargos” ao país e a perda de confiança de investidores estrangeiros.
João Coser, especialista em direito internacional público pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), afirmou que a fala de Milei cria um “ruído” nas relações entre os países. Grande exportadora de grãos para a União Europeia, a Argentina pode sofrer consequências graves com o afastamento de países europeus.
“No momento, caso se rompa 100% dessa relação, o que pode levar até embargos, caso o conflito se acentue, quem mais sofre é a Argentina”, destacou Coser.
Esta não é a primeira vez que Javier Milei causa tensões diplomáticas. Em março, diplomatas argentinos foram expulsos da Embaixada em Bogotá após o líder argentino chamar o chefe do Executivo da Colômbia, Gustavo Petro, de “assassino terrorista”.
“Este ato sinaliza uma crise profunda e uma deterioração significativa na confiança mútua, podendo levar a uma escalada de retaliações e menor cooperação em várias frentes”, afirmou o economista e delegado da Juventude no programa da Organização das Nações Unidas (ONU), Jefferson Lucas.