O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) solicitou o reembolso de R$ 8.692,11, valor referente à passagem aérea de classe econômica de Guarulhos (SP) a Washington. Outros deputados de extrema-direita, como Nikolas Ferreira (PL-MG), Gustavo Gayer (PL-GO) e Bia Kicis (PL-DF), também registraram a viagem como missão oficial e receberam diárias pela estadia nos Estados Unidos. A Câmara dos Deputados desembolsou cerca de R$ 32 mil para cobrir os custos do trio.
Gayer e Kicis receberam cinco diárias no valor de R$ 2.259,84 cada, totalizando R$ 11,3 mil para cada um. Nikolas Ferreira recebeu quatro diárias e meia, somando R$ 10,1 mil. Até o momento, não há registros de gastos com passagens aéreas para esses três parlamentares no sistema de viagens da Câmara.
A comitiva bolsonarista foi aos EUA para participar de uma comissão no Congresso estadunidense que discutia supostas violações da liberdade no Brasil, com críticas direcionadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O líder da oposição na Câmara, Filipe Barros (PL-PR) também viajou com os bolsonaristas, mas não pediu reembolso e alegou ter usado dinheiro próprio para a “missão”.
A audiência foi marcada por declarações polêmicas, incluindo a da deputada María Elvira Salazar, do Partido Republicano, que atacou Moraes. “Não sabemos se o ministro é um socialista, ou se ele é um tolo, ou se ele é um tolo útil para os socialistas. Mas sabemos que ele está cerceando um dos direitos fundamentais”, afirmou Salazar.
Segundo Guilherme Amado, do Metrópoles, os deputados comunicaram à Câmara que participaram de “reuniões de intercâmbio parlamentar organizadas pelo Conservative Caucus”, um grupo de lobby que defende pautas ultraconservadoras.
De acordo com os bolsonaristas, a viagem teve caráter oficial e tinha como objetivo estreitar relações e discutir questões de interesse mútuo entre Brasil e Estados Unidos.