O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou nesta terça-feira (4) que a projeção de crescimento econômico para 2024 permanece em torno de 2,5%. A declaração foi feita após a divulgação do crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano.
Durante uma entrevista em Roma, Haddad destacou que a previsão inicial de crescimento era de 2,2%, mas foi gradualmente elevada. Ele também mencionou a melhora nas projeções do mercado para o PIB deste ano. O ministro considerou o crescimento do PIB no primeiro trimestre como “forte” e alinhado com as previsões da Secretaria de Política Econômica (SPE) para os primeiros três meses de 2024.
“Continuamos mantendo a projeção de crescimento para o ano na casa de 2,5%. Aliás, a maioria das casas está revendo o PIB brasileiro para cima”, afirmou.
Haddad, ao lado do ministro de Finanças da Espanha, Carlos Cuerpo, durante uma reunião na embaixada brasileira em Roma, avaliou que os investimentos começaram a reagir positivamente. “A possibilidade (de crescimento mais forte) existe, sobretudo se investimentos crescerem, como ficou claro hoje no PIB”, declarou.
Com o ministro da economia da Espanha, Carlos Cuerpo, em Roma.
A aproximação entre Brasil/Espanha, América do Sul/União Europeia é de interesse mútuo.São economias complementares que podem gerar parcerias comerciais e estratégicas do ponto de vista ambiental, da defesa da… pic.twitter.com/iJYsOFMpvW
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) June 4, 2024
Sobre os impactos da tragédia climática no Rio Grande do Sul, o ministro informou que ainda estão sendo avaliados. Ele destacou a importância do estado, que representa 7% da economia nacional, e prometeu divulgar ao longo do mês o impacto exato sobre o crescimento econômico e as contas nacionais.
O político ressaltou que a inflação tem se mantido abaixo de 4% desde o início da queda dos juros. Ele comentou que o Comitê de Política Monetária (Copom) está atento ao crescimento econômico e à inflação. “Estamos gerando empregos e estamos com o olho na inflação”, disse.
Fernando Haddad também reforçou o compromisso do governo em manter a inflação baixa, alinhada às metas do Banco Central (BC). Ele destacou a importância das discussões técnicas no BC sobre a taxa terminal da Selic e expressou confiança na capacidade técnica da instituição para tomar as melhores decisões.
O ministro mencionou as incertezas globais, especialmente relacionadas ao início dos cortes de juros nos Estados Unidos e na Europa. Ele observou que, na Europa, os cortes devem começar antes, com expectativas de até quatro rodadas de redução de juros na zona do euro ainda este ano.
Em relação ao Federal Reserve, Haddad comentou sobre os equívocos de comunicação e percepção que ocorreram nos últimos meses, mas expressou confiança na capacidade técnica do Banco Central para tomar decisões informadas.