O ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), foi indiciado pela Polícia Federal por crimes como corrupção passiva, fraude em licitações e organização criminosa. A informação foi confirmada por integrantes da PF nesta quarta-feira (12). Na última terça-feira (11), a corporação enviou um relatório sobreo o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) e agora o relator do caso é o ministro Flávio Dino. O processo está sob sigilo.
O Palácio do Planalto e o Ministério das Comunicações ainda não se manifestaram sobre o indiciamento. O partido União Brasil também preferiu não comentar o caso. Juscelino Filho, de 40 anos, é natural do Maranhão e foi nomeado ministro em dezembro de 2022, com o objetivo de fortalecer a presença do União Brasil na Esplanada dos Ministérios e assegurar a governabilidade do governo Lula.
O ministro é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares, que teria ocorrido durante seu mandato como deputado federal, destinadas à cidade de Vitorino Freire, no interior do Maranhão. A irmã de Juscelino, Luanna Rezende, é prefeita da cidade, e o pai já foi prefeito por duas vezes.
Segundo uma reportagem do jornal O Globo, os recursos foram direcionados por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para a pavimentação de ruas. A empresa pública tem sido uma das mais usadas por parlamentares para a indicação de verbas do orçamento secreto.
Ainda de acordo com O Globo, um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) indicou que 80% da estrada construída com a emenda parlamentar beneficiou propriedades de Juscelino Filho e seus familiares na região. Em março de 2023, o ministro se envolveu em outra polêmica, sendo acusado de usar dinheiro público para realizar viagens pessoais.
O ministério comandado por Juscelino Filho é responsável pela política de telecomunicações, radiodifusão e serviços postais, incluindo os Correios. Juscelino foi eleito deputado federal em 2014, reeleito em 2018 e nas eleições gerais mais recentes. No seu primeiro mandato (2015-2018), ele foi líder do Partido Republicano Progressista. No segundo mandato, presidiu o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e coordenou a bancada maranhense.