Amorim: Lula “está preocupado” com o avanço da extrema direita no mundo

Atualizado em 12 de junho de 2024 às 18:00
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está preocupado com o avanço da extrema direita no mundo e deve abordar o tema durante a cúpula do G7, que ocorre a partir de sexta-feira (14) na Itália.

Segundo Amorim, o cenário é preocupante, mas ele ainda tem “esperança de que isso mude, que seja algo passageiro”. “Tem havido muitas oscilações ao longo da história. Mas nunca houve, desde 1945, um crescimento da extrema direita dessa forma”, afirmou o ex-chanceler em entrevista ao UOL.

“O presidente Lula é muito preocupado com esse tema. Já manteve conversas antes mesmo das eleições na Europa com Pedro Sanchez e outras pessoas que têm afinidades para ver o que fazer. Mas agora precisamos pensar mais fundo”, destacou.

“Na Europa, a extrema direita estava num canto. Mas agora é preocupante. Toda a ideia de um acordo entre Mercosul e UE estava ligada a ter um equilíbrio. Não sei como será”, completou Amorim.

No último fim de semana, partidos de extrema direita venceram as eleições na França, Itália e Áustria, além de chegar em segundo lugar na Alemanha e em diversos outros países.

Assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim. Foto: ABR

O ex-chanceler está em Genebra para as comemorações dos 60 anos da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

Sobre a possibilidade de uma coalizão entre democracias para fazer frente à extrema direita, Amorim afirmou que “há um pensamento forte sobre isso”. “No caso do Brasil, jogamos com duas posições: a aliança com sociais-democratas pelo mundo e a aliança com os países em desenvolvimento, como o Brics”, disse.

“É um mundo complicado. Temos uma forma muito complicada da organização do poder. As ameaças e os conflitos abertos estão aí. Na Ucrânia, as superpotências se opõem. Ao mesmo tempo, o conflito de Israel engole tudo e mexe com as políticas internas dos países. De fato, Gaza é mais perigosa que a Ucrânia, neste sentido”, apontou.

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