Câmara quer legalizar o trabalho infantil após PL do Estupro; entenda

Atualizado em 18 de junho de 2024 às 11:42
Criança vende balas e doces no trânsito – Foto: Reprodução

Em meio à controvérsia sobre o PL do Estupro, que iguala o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados está prestes a discutir uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir o trabalho de adolescentes a partir dos 14 anos.

O projeto em questão, que estava parado desde 2021, retorna à pauta com o novo relator, deputado Gilson Marques (Novo-SC), que apoia a redução da idade mínima para o trabalho.

Atualmente, a Constituição Brasileira proíbe o trabalho para menores de 16 anos, exceto na condição de aprendiz a partir dos 14 anos, conforme emenda de 1998. A PEC vai contra essa norma, além de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2020 e uma convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que estabelecem a idade mínima de 15 anos para o trabalho adolescente.

Entidades e defensores dos direitos das crianças e adolescentes criticam a medida, afirmando que representa um retrocesso na proteção e no acesso à educação.

A PEC em discussão na CCJ inclui outras seis propostas que também visam reduzir a idade mínima para o trabalho, algumas até permitindo que adolescentes trabalhem a partir dos 13 anos. Vale ressaltar, no entanto, que a proposta principal permitiria que adolescentes de 14 anos trabalhassem em regime parcial, com até 30 horas semanais ou seis horas diárias.

Membros da CCJ acreditam que o texto tem apoio suficiente para ser aprovado pelo colegiado. A expectativa é que, se a proposta for discutida entre esta terça-feira (18) e quarta-feira (19), ela possa ser alvo de um novo pedido de vista, concedendo mais tempo para análise.

Outro ponto que vale ser mencionado é que a proposta é apoiada principalmente por parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2021, a base de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara defendeu a PEC como uma forma de regulamentar uma prática já existente. Gilson Marques, relator, sobre o texto, afirma que o trabalho poderia ser uma oportunidade para os jovens romperem ciclos de pobreza familiar.

Enquanto isso, protestos e manifestações contra o PL do estupro continuam a eclodir pelo país.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link