Copom interrompe sequência de quedas e mantém juros em 10,50% ao ano

Atualizado em 19 de junho de 2024 às 19:53
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Reprodução

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (19/6) suspender o ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, que havia começado em agosto de 2023. Com essa decisão, a Selic permanecerá no nível atual de 10,50% ao ano até a próxima reunião do comitê, marcada para os dias 30 e 31 de julho.

Essa medida era amplamente esperada pelos agentes econômicos, apesar de alguns ainda acreditarem em uma possível redução de 0,25 ponto percentual. De acordo com dados de terça-feira (18/6), 93,5% dos investidores previam a manutenção da Selic em 10,50%, conforme o mercado de Opções de Copom, da Bolsa brasileira (B3).

Trajetória instável A Selic passou por grandes variações nos últimos quatro anos. De 6 de agosto de 2020 a 18 de agosto de 2021, ela ficou no nível historicamente baixo de 2%, o menor desde novembro de 1997. A partir desse ponto, houve um aumento contínuo, atingindo 13,75% ao ano em 4 de agosto de 2022, devido à crise causada pela pandemia.

Gráfico das quedas da Selic durante o mandato do governo Lula. Reprodução BacenUm ano depois, em 3 de agosto de 2023, o Banco Central iniciou um ciclo de redução, com seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual, até que a Selic chegou a 10,75% em março de 2024. Em maio, o Copom reduziu o ritmo, com um corte de 0,25 ponto percentual, levando a Selic aos atuais 10,50%.

Cenário de incertezas O Banco Central justifica a interrupção dos cortes na Selic devido ao aumento das incertezas tanto no cenário econômico interno quanto externo, o que poderia causar um aumento da inflação no Brasil. A missão principal do BC é controlar a inflação e garantir o cumprimento da meta, que é de 3% ao ano.

No cenário internacional, o principal dilema econômico é o comportamento dos juros nos Estados Unidos, que estão entre 5,25% e 5,50%, o nível mais alto desde 2001. Nesse patamar, os títulos da dívida americana, os Treasuries, tornam-se extremamente atraentes para os investidores, causando, entre outros efeitos, uma pressão de alta sobre o dólar em países emergentes, como o Brasil.

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