MP manda polícia investigar bolsonarista Rubinho Nunes por denúncia não comprovada contra padre Julio

Atualizado em 24 de junho de 2024 às 8:09
O vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil) e o padre Júlio Lancellotti. Foto: Reprodução

A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar um possível abuso de autoridade pelo vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União) contra o padre Julio Lancellotti, conforme informações da Folha de S.Paulo. A solicitação para a investigação veio da 4ª Promotoria de Justiça Criminal da Capital, ligada ao Ministério Público de São Paulo.

O promotor Paulo Henrique Castex explicou a necessidade da investigação: “Entendo que a narrativa apresentada deve ser mais bem esclarecida para apurar possível conduta com repercussão criminal.”

Rubinho é responsável pela proposta de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que visa investigar o padre. Inicialmente, a CPI, proposta no início deste ano, pretendia investigar a atuação das ONGs na Cracolândia, região central de São Paulo. Contudo, após acordo com líderes partidários, Nunes redirecionou a investigação para focar diretamente em Julio Lancellotti.

A denúncia foi feita pelo Instituto Padre Ticão, que alega que a CPI foi instaurada sem evidências de conduta criminosa por parte do padre. Segundo a organização social, Rubinho utilizou sua posição de vereador para fazer acusações caluniosas contra Lancellotti, tanto à Arquidiocese de São Paulo quanto ao Vaticano, com o objetivo de prejudicar o padre e imputar-lhe crimes sexuais.

Padre Julio Lancellotti: Solidariedade é uma luta de semear esperança | Paginas-Azuis | OPOVO+
Padre Júlio Lancellotti. Foto: Reprodução

Na notícia-crime, o instituto também acusa o simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de disseminar notícias falsas sobre Lancellotti e de cometer aporofobia, que é a aversão aos pobres, ao tentar deslegitimar políticas voltadas à população vulnerável.

O inquérito contra Rubinho Nunes está sendo conduzido no 1º Distrito Policial da Sé, sob a responsabilidade da delegada Ana Paula Monteiro Pinto. Vale destacar que o Instituto Padre Ticão atua de forma independente e não representa o padre Julio Lancellotti.

Rubinho Nunes, por sua vez, afirma que a investigação é uma tentativa de intimidação. Ele argumenta que a organização social e o Ministério Público deveriam concentrar-se em investigar o pároco, e não ele, e anunciou que está considerando uma representação criminal contra o Instituto Padre Ticão.

“Isso é absurdo em várias camadas”, afirma o parlamentar, em nota. “Ao invés deste instituto e do MP se preocuparem em investigar as gravíssimas denúncias de abuso sexual contra o Julio Lancellotti, vão investigar um denunciante?”, questiona.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link