Quem é Gato Galático, influencer infantil acusado de fazer apologia disfarçada do nazismo nas redes

Atualizado em 28 de junho de 2024 às 12:10
Gato Galático – Foto: Reprodução

O youtuber e influencer digital Ronaldo Souza, conhecido como Gato Galático, virou estrela do X, antigo Twitter, após um post realizado por ele em seu perfil.

Ronaldo divulgou uma foto em que aparece bebendo um copo de leite cru e escreveu: “Podemos descriminalizar o leite cru também? Não faz o menor sentido ser ilegal”.

Internautas experientes rapidamente notaram que o influencer estaria fazendo apologia ao nazismo, uma vez que postagens enfatizando o consumo de leite cru são gestos utilizados por grupos supremacistas brancos em todo o mundo.

Captura de tela de publicação de Ronaldo em que ele realiza o gesto – Foto: Reprodução

Quem é Ronaldo Souza

Ronaldo Azevedo Souza, nascido em 23 de janeiro de 1990, é famoso na internet.

Conta com mais de 17 milhões de inscritos e 5 bilhões de visualizações em suas redes.

Natural de Gramado, no Rio Grande do Sul, começou sua trajetória no YouTube com a produção de vídeos animados que rapidamente fizeram sucesso.

O personagem principal de seus curtas era conhecido como ”Cueio”, que logo conquistou uma legião de fãs.

Antiga animação produzida por Ronaldo – Foto: Reprodução

Gato Galático passou por uma mudança em seu conteúdo, deixando as animações de lado e focando no público infantil.

A legião de fãs que já era grande se tornou ainda maior.

No entanto, a mudança causou insatisfação por parte dos seguidores antigos.

Muitos criticaram a postura do youtuber, afirmando que ele havia abandonado seu trabalho com animações, muito bem elogiado, para focar em conteúdo infantil apenas por dinheiro.

Recentemente, o ídolo teen afirmou ter se convertido ao cristianismo.

Mais uma vez, seus seguidores estranharam a mudança de comportamento, pois ele começou a realizar muitos posts com teor religioso.

Vale lembrar que além dos milhares de seguidores na internet, o jovem arrasta multidões pelos shows que faz pelo Brasil e no mundo.

Polêmicas

Uma polêmica recente de Ronaldo foi com o também influencer digital Felipe Neto.

Tudo começou após o STF descriminalizar o porte de maconha.

Felipe comentou a notícia, comparando o uso da maconha com os malefícios do consumo de álcool.

Ronaldo, insatisfeito com o post de Neto, respondeu chamando-o de ”Lúcifer”: ”Disse Lúcifer enquanto esfregava as mãos, revelando a maldade do que acabara de pronunciar”, escreveu.

Felipe, surpreso, respondeu com outro tuíte: ”Embasbacado com o que se tornou aquele ‘gato galático’… Mlq [Ronaldo] era animador de vídeos non-sense…”, disse.

Neonazismo

As declarações e posicionamentos controversos de Ronaldo não pararam por aí.

Na quinta-feira (27), o influencer publicou uma foto bebendo leite, questionando sobre a “descriminalização” da bebida.

A publicação repercutiu rapidamente, uma vez que a ação é associada a movimentos neonazistas americanos, que utilizam o ato de beber leite branco como símbolo da supremacia branca.

Foto em que Ronaldo faz gesto que internautas têm interpretado como possível apologia ao White Power – Foto: Reprodução

A legenda publicada pelo youtuber foi o principal ponto que deixou os usuários intrigados, questionando se ele estava, de fato, demonstrando apoio ao nazismo. “Podemos descriminalizar o leite cru também? Não faz o menor sentido ser ilegal”, escreveu Ronaldo.

A ação foi descrita como “apito de cachorro”, termo que se refere a mensagens ou discursos que contêm conotações racistas disfarçadas ou codificadas.

Essas mensagens, embora aparentemente inofensivas, permitem que grupos supremacistas e neonazistas se comuniquem de maneira dissimulada pelas redes sociais.

Embora aparentemente inofensivo, historiadores afirmam que não há dúvida sobre o significado do gesto.

“Nacionalistas brancos fazem manifestações bebendo leite para chamar a atenção para um traço genético conhecido por ser mais comum em pessoas brancas do que em outras – a capacidade de digerir lactose na idade adulta. É uma tentativa racista de se embasar em ‘ciência’ para diferenciar e justificar a ‘raça branca’. Mas, como já provado e explicado por toda ciência, não há evidência genética para apoiar qualquer ideologia racista. O que há é, na verdade, um governo tosco e motivado pelo ódio”, explicou o antropólogo David Nemer.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link