“Morador de Itaquera deve ser tratado como o do Morumbi”, diz Boulos em ato com Lula

Atualizado em 29 de junho de 2024 às 13:10
Boulos e Lula participam de evento em SP. Foto: reprodução

Neste sábado (29), um evento em Tiradentes, bairro na zona leste de São Paulo recebeu o deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles participaram do lançamento da pedra fundamental de dois novos campi na capital, estruturas dedicadas a educação de jovens.

Durante seu discurso, Boulos destacou a importância da população da zona leste, ressaltando que a região “foi tratada historicamente como uma cidade-dormitório, onde o povo morava, mas tinha que atravessar a cidade para trabalhar e estudar”. Ele enfatizou a necessidade de tratar os moradores de Itaquera e Cidade Tiradentes com o mesmo respeito e recursos dedicados aos residentes dos bairros mais ricos da cidade, como o Morumbi e o Itaim Bibi.

“Enquanto tem gente que ainda hoje acha que o morador da periferia tem de ser tratado diferente do morador dos Jardins, nós temos a convicção de que o morador de Itaquera e de Cidade Tiradentes tem que ser tratado como o morador do Morumbi, do Itaim [Bibi], de qualquer outro bairro rico dessa cidade. Essa é a diferença [de projetos de governo]”, afirmou o pré-candidato.

O público presente no evento saudou Boulos com gritos de “prefeito, prefeito”, demonstrando apoio à sua pré-candidatura. O deputado também fez uma crítica velada ao governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seu projeto de escolas cívico-militares, contrastando com a inauguração de universidades e institutos federais promovida pelo presidente Lula.

“Enquanto o presidente Lula está inaugurando universidade e instituto federal, tem gente que acha que a solução é escola militar”, disse Boulos.

Já o presidente falou dos cuidados extras com as regiões mais carentes que um governo precisa ter. Para isso, ele usou como metáfora a hipótese de “uma mãe que pode ter 10 filhos, ela acha todos bonitos e inteligentes, mas ela vai ter sempre um carinho especial por aquele que está mais fragilizado, debilitado, por aquele que está mais magrinho. É nele que ela vai fazer um cafuné a mais”.

“Eu quero que todo mundo cresça, mas é importante que a gente coloque o povo mais humilde para subir um degrau nessa escala social, e começa pela educação. Não é de hoje que eu falo, desde que eu fui candidato a governador em 1982, aqui em São Paulo, eu dizia: ‘eu só ficarei sossegado no dia em que a gente tiver um país em que as crianças disputem uma vaga na universidade, não pelo berço em que nasceram, não. O Estado tem que garantir ao filho da mais humilde empregada doméstica o direito de entrar na universidade que vai estudar o filho da patroa”.

Veja o evento completo: 

Além de Lula e Boulos, o evento contou com a presença de ministros como Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além do vice-presidente Geraldo Alckmin, a pré-candidata a vice de Boulos, Marta Suplicy (PT), e o deputado federal Ivan Valente (PSOL).

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), também pré-candidato à Prefeitura, não compareceu ao evento. Ele recusou o convite, considerando que a ocasião seria um “ato político”.

O presidente Lula aproveitou a ocasião para lançar a pedra fundamental do Campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo, reforçando o compromisso de seu governo com a educação e o desenvolvimento das áreas periféricas da cidade.

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