Após proibir terreiros de matrizes africanas, o traficante Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como ‘Peixão’, ampliou suas restrições às igrejas católicas de Brás de Pina e Parada de Lucas, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A medida, denunciada pela irmandade das paróquias afetadas, inclui a suspensão de missas, casamentos e batizados.
No último final de semana, eventos religiosos como festas juninas e homilias foram abruptamente cancelados nas paróquias de Santa Edwiges e Santa Cecília, em Brás de Pina, além de Nossa Senhora da Conceição e Justino, em Parada de Lucas.
Relatos de motoqueiros armados, supostamente a serviço de Peixão, ordenando o fechamento das igrejas para celebrações sacramentais aumentaram a tensão na comunidade católica local.
A Paróquia de Santa Edwiges usou suas redes sociais para informar o cancelamento das atividades: “Comunicamos que nosso arraiá está suspenso neste fim de semana. Não teremos Santa Missa e atividades em nossa paróquia também. Igreja fechada. Em breve, retornamos com mais informações.” Da mesma forma, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição e Justino anunciou a suspensão de todas as atividades paroquiais até nova ordem.
Apesar dos alertas e denúncias, a Polícia Civil informou que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) está investigando o caso, enquanto a Arquidiocese do Rio afirmou que as igrejas continuam abertas, apesar das restrições impostas.
Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, é líder do Complexo de Israel, conjunto de favelas na Zona Norte do Rio, onde exerce controle há quase uma década.
Além de seu envolvimento no tráfico de drogas, Peixão também tem histórico de intolerância religiosa, tendo anteriormente proibido terreiros de religiões de matriz africana na região. Destaca-se também que a facção opera sob fundamentos evangélicos.