Juliana Turchetti, uma piloto agrícola brasileira de 45 anos, faleceu na quarta-feira (10), durante uma operação de combate a incêndios florestais nos Estados Unidos. Ela era a primeira brasileira a pilotar um turboélice nos EUA e a operar o Fire Boss, uma versão do maior avião agrícola do mundo utilizado em combates a incêndios.
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) publicou uma nota de pesar após a confirmação da morte pelas autoridades norte-americanas, que a consideraram uma heroína.
Juliana fazia parte de uma equipe que lutava contra as chamas na Floresta Nacional de Helena, no Condado de Lewis e Clark, no Estado de Montana. Segundo o Sindag, a profissional se acidentou durante uma manobra de “scooping”, na qual o piloto pousa a aeronave em um lago ou represa para captar água e abastecer o reservatório do avião, decolando em seguida.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo, testemunhas mencionadas pela imprensa americana relataram que três aeronaves do tipo estavam operando na área, captando água em Hauser Lake e no Rio Missouri.
Circunstâncias do Acidente
O xerife de Lewis e Clark, Leo Dutton, informou à imprensa local que Juliana estava em segundo lugar no circuito de toque, corrida e decolagem quando o acidente ocorreu. Durante o scooping, a aeronave pareceu colidir com algo, se despedaçou na água e afundou. As causas do acidente estão sendo investigadas pelo Conselho Nacional de Segurança nos Transportes dos EUA (NTSB).
Os governadores de Montana e Idaho, que cederam o avião ao Serviço Florestal no estado vizinho, emitiram uma nota conjunta lamentando a perda da jovem bombeira florestal. Eles destacaram a bravura de vítima e a importância do trabalho dos primeiros socorristas e bombeiros florestais.
Trajetória e Legado de Juliana
Mineira de Contagem, Juliana acumulava mais de 6,5 mil horas de voo. Desde pequena, sonhava em ser piloto, iniciando sua carreira como comissária de bordo e ingressando na aviação em 2007.
Em 2013, entrou para a aviação agrícola e, cinco anos depois, se mudou para os EUA, tornando-se a primeira brasileira a voar em lavouras americanas. Em 2021, participou de um vídeo comemorativo dos 100 anos da aviação agrícola no mundo, produzido pela Associação Nacional de Aviação Agrícola dos EUA (NAAA).
Além da carreira na aviação, Juliana fundou a Aviatori Coffee House em Springfield, Illinois, em 2022, combinando café brasileiro e pão de queijo mineiro. Apesar do sucesso como empresária, ela voltou a voar, focando no combate a incêndios florestais.
Depoimentos e Inspiração
Amigos e colegas prestaram homenagens à Juliana, destacando sua determinação, coragem e profissionalismo. Em sua última postagem no Facebook, Juliana escreveu: “Não é só um trabalho, é um chamado”. Ela relatava suas experiências no LinkedIn, onde expressava seu amor pela aviação e a emoção de combater incêndios florestais.
A presidente do Sindag, Hoana Almeida Santos, lamentou a perda precoce da brasileira, destacando seu exemplo inspirador para mulheres na aviação agrícola.
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