Apagão afeta aeroportos, bancos e serviços de saúde no Brasil

Atualizado em 19 de julho de 2024 às 13:01
Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, foi um dos mais afetados pelo apagão. Foto: Reprodução

O apagão global em sistemas da Microsoft desta sexta (19) tem afetado voos, sistemas de bancos, serviços de saúde e de distribuidoras de energia no Brasil. As falhas são causadas pelo software de segurança cibernética CrowdStrike Falcon, fornecido pela empresa americana.

O problema global tem atrapalhado o check-in de companhias aéreas do Brasil e feito com que elas tenham que realizar o procedimento de forma manual. No aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, por exemplo, as checagens estão sendo feitas manualmente.

A Infraero apontou que “empresas aéreas reportaram que esta intermitência é em nível nacional”. No aeroporto do Galeão, na zona norte do Rio, sete voos da Azul e um da JetSmart atrasaram, segundo a concessionária responsável pelo local.

Em Viracopos, Campinas (SP), o sistema do aeroporto não foi afetado, mas alguns da Azul estão parados e atrasaram voos. Não se sabe a quantidade exata, mas a companhia aérea emitiu um comunicado dizendo que “alguns voos podem sofrer atrasos pontuais”.

O Grupo LATAM e a Gol, além da concessionária Gru Airport, que opera o Aeroporto Internacional de Guarulhos, informaram que o apagão global não afetou seus serviços, negando qualquer atraso ou cancelamento.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) afirmou que monitora os impactos do apagão e está em contato com empresas aéreas. Segundo o Flight Radar 24, rastreador de voos, foram registrados longos atrasos e diversos cancelamentos em todo o mundo, incluindo o Brasil, até as 11h50 desta sexta.

Apagão afetou plataformas digitais do Bradesco. Foto: Reprodução

O apagão também tem atingido sistemas bancários. O site Downdetector, que registra queixas de falhas em canais digitais, aponta que há diversos usuários relatando problemas com aplicativos e internet banking de várias empresas.

O Bradesco afirmou que suas plataformas digitais foram afetadas pelo apagão e geraram instabilidade para clientes. O Nubank relatou um pequeno impacto nos canais de atendimento, “levando a um tempo maior do que o habitual nas interações”.

Itaú, Caixa e Banco do Brasil informaram que seus canais de atendimento estão funcionando normalmente. A Febraban afirmou que a maioria das instituições financeiras já normalizou seus serviços e que não ocorreu “nada que comprometesse a prestação de serviços de forma relevante”.

Nos serviços de saúde, o Hospital das Clínicas FMUSP informou que alguns equipamentos que utilizam a plataforma Windows 10 foram afetados, mas que não houve “prejuízos relevantes aos serviços assistenciais”.

O Grupo Fleury, que possui laboratórios, não informou o tamanho do impacto do apagão em seus sistemas, mas afirmou que o atendimento está sendo feito e que “equipes atuaram rapidamente para garantir a retomada segura das operações”. A Prevent Senior disse não ter sido impactada e informou que segue operando normalmente.

Fachada do Hospital das Clínicas. Foto: Divulgação

Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), algumas distribuidoras de energia elétrica relataram problemas em sistemas comerciais e de atendimento ao consumidor, mas sem falhas em sistemas computacionais ou bases de dados.

A autarquia ainda afirmou que os maiores impactos foram sentidos em sistemas como call centers, aplicativos e despacho de equipes de campo. “Não houve impactos no Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e, com isso, não há intercorrências na operação do Sistema Interligado Nacional (SIN)”, afirmou a Aneel.

Segundo o governo, a plataforma GOV.BR, onde são acessados serviços públicos digitais, não foi afetado. O Serpro, que cuida da maioria dos sistemas do governo, também negou qualquer impacto em operações e serviços.

O Ministério das Comunicações também comunicou que, até o momento, não há qualquer impacto significativo sobre serviços de telecomunicações do país e que monitora a situação.

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