Bebê é resgatado do ventre de grávida morta em ataque de Israel a Gaza

Atualizado em 20 de julho de 2024 às 18:46
Ação de resgate ao bebê ainda no ventre. Foto: Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images

Um feto foi resgatado do útero de uma mulher palestina grávida que foi morta após um ataque israelense, informou um hospital na Faixa de Gaza, palco de uma guerra de nove meses entre Israel e o movimento palestino Hamas, neste sábado (20). As forças israelenses bombardearam várias áreas da Faixa de Gaza, matando pelo menos 30 palestinos, de acordo com autoridades de saúde.

A mulher, que estava grávida de nove meses, foi uma das vítimas – pelo menos 24, de acordo com os serviços de emergência do território palestino – de uma série de ataques aéreos realizados na noite de sexta-feira.

Ela ficou gravemente ferida em um ataque ao campo de Nousseirat, no centro de Gaza, que causou a morte de duas outras mulheres e de uma criança, de acordo com um funcionário do hospital al-Awda.

Ela sucumbiu aos ferimentos no hospital, disse o Dr. Raed al-Saudi, chefe do departamento de ginecologia-obstetrícia do al-Awda: “depois que ela morreu, os médicos realizaram um exame de ultrassom para verificar a condição do feto e encontraram um batimento cardíaco”, antes de chamar os cirurgiões, disse ele.

Os cirurgiões “realizaram imediatamente uma cesariana e extraíram o feto”, confirmou o cirurgião de emergência Dr. Akram Hussein. “O bebê estava bem e foi transferido para o al-Aqsa Martyrs Hospital”, na cidade vizinha de Deir el-Balah, acrescentou.

Também ferido no bombardeio, o pai do recém-nascido, “um menino”, disse o Dr. Hussein, foi transferido para o mesmo hospital.

O exército israelense disse em um comunicado neste sábado que havia “eliminado (vários) terroristas em vários confrontos” na Faixa de Gaza, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse no início desta semana que seu país deveria “aumentar ainda mais a pressão militar” sobre o Hamas.

Cerca de 30 pessoas morreram em bombardeios israelenses nas últimas 24 horas, disse o Hamas em um comunicado. O movimento islâmico vê isso como a “resposta” de Israel à decisão de sexta-feira da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre os assentamentos israelenses.

A mais alta corte da ONU determinou que a ocupação israelense dos territórios palestinos desde 1967 era “ilegal”, uma decisão descrita como “histórica” pelos palestinos e “falsa” por Israel.

A guerra na Faixa de Gaza, que começou em 7 de outubro com um ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel, resultou na morte de 1.195 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Em resposta, a ofensiva militar israelense devastou a Faixa de Gaza, onde pelo menos 38.919 pessoas foram mortas, a maioria civis, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde do governo de Gaza, administrado pelo Hamas.

Crianças palestinas são evacuadas de um local atingido por um bombardeio israelense em Khan Younis, sul da Faixa de Gaza, sábado, 13 de julho de 2024. AP – Jehad Alshrafi

Vítimas

Entre as vítimas deste sábado, constam o jornalista local Mohammad Abou Jasser, sua esposa e dois filhos, que foram mortos em um ataque israelense à sua casa no norte da Faixa de Gaza, disse um médico.

O escritório de mídia do governo de Gaza, liderado pelo Hamas, disse que a morte de Abu Jasser elevou para 161 o número de jornalistas palestinos mortos por fogo israelense, desde 7 de outubro.

Os ataques do exército israelense em Gaza mataram 37 palestinos nas últimas 24 horas e destruíram várias casas.

Israel pretende erradicar o Hamas, cujos combatentes mataram 1.200 pessoas e fizeram mais de 250 reféns em um ataque em 7 de outubro, de acordo com dados israelenses.

Na terça-feira, Israel disse que havia eliminado metade dos líderes da ala militar do Hamas e matado ou capturado cerca de 14.000 combatentes desde o início da guerra.

Israel afirma que 326 de seus soldados foram mortos em Gaza. O Hamas não publica números de baixas e alega que Israel está distorcendo seus relatórios para dar a impressão de uma “falsa vitória”.

Publicado originalmente por Rfi

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