Bordadeiras atribuem críticas ao uniforme do Brasil a preconceito contra o Nordeste

Atualizado em 23 de julho de 2024 às 22:21
Modelo de costas usando jaqueta jeans bordada, de rabo de cavalo
Bordado do traje do time Brasil para cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris – Divulgação

Desde a última semana, aumentaram os comentários negativos sobre os uniformes que a delegação brasileira usará na cerimônia de abertura das Olimpíadas 2024, nesta sexta-feira (26), em Paris. Desenvolvidos pela Riachuelo, as jaquetas jeans, parte do traje, têm bordados feitos por artesãs do Rio Grande do Norte.

Alcilene Medeiros da Conceição, de 44 anos, é bordadeira em Timbaúba dos Batistas (RN) e coordena o grupo Timbaúba dos Bordados, que colaborou com o Instituto Riachuelo na criação dos trajes dos atletas. Ela afirma que tem acompanhado a repercussão negativa nas redes sociais sobre as roupas bordadas por sua equipe. “Eu vejo como uma forma de preconceito com o povo e a região do Nordeste”, comentou, ao #Hashtag.

A ideia e o design foram desenvolvidos pelo Instituto Riachuelo, e as bordadeiras, sob a coordenação de Alcilene, decoraram as jaquetas com onças, araras e tucanos. “O uniforme não está feio. Foi feito com muito amor, carinho e capricho e pensado no conforto dos atletas. Eu super queria um para mim”, afirmou a entrevistada.

Salmira Torres, de 69 anos, é artesã, presidente da Associação das Bordadeiras e secretária de Desenvolvimento e Turismo do município. Ela conta que a associação recebeu a encomenda do Instituto Riachuelo em 15 de outubro de 2023, com um prazo de 90 dias para bordar 1.500 peças.

Sobre as críticas, a artista vê a repercussão de forma positiva: “É uma maravilha, porque é uma grandeza para o nosso município que fica no semiárido nordestino. Estamos valorizando a nossa fauna e flora, e nada mais lindo do que a gente levar um pouco do nosso Brasil para as Olimpíadas”.

Salmira Torres e Jailma Araújo, coordenadora de artesanato no município, representarão as bordadeiras em Paris, com financiamento da Embratur, e levarão uma máquina para divulgar o trabalho da cidade na capital francesa.

Cathyelle Schroeder, CMO da Riachuelo, explica que a parceria com as bordadeiras foi pontual e faz parte do programa Pró-Sertão, lançado em 2013 para incentivar a geração de empregos no semiárido do Rio Grande do Norte. Sobre as críticas aos uniformes, a executiva afirma que é papel da empresa ouvir os consumidores e aprender com eles. Segundo ela, ao contrário do que se comenta, os bordados são os mais elogiados.

No site da loja, a jaqueta jeans unissex está disponível por R$ 599,90.

Confira a opinião de alguns internautas sobre os uniformes:

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