O Carter Centre, um dos principais observadores internacionais eleitorais, divulgou nesta quarta-feira (31) que as eleições realizadas no último domingo na Venezuela “não atenderam aos padrões de integridade eleitoral e não podem ser consideradas democráticas”.
De acordo com o órgão, o processo eleitoral venezuelano foi claramente favorecido em prol de Nicolás Maduro.
Conforme a nota oficial, o Carter Centre destacou que não foi possível “verificar ou corroborar” os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. Além disso, o “fracasso da autoridade eleitoral em anunciar os resultados desagregados constitui uma séria violação dos princípios eleitorais”.
“O processo eleitoral na Venezuela não atendeu aos padrões de integridade eleitoral em nenhum dos seus estágios e violou diversas provisões de suas próprias leis nacionais”, diz o Carter Centre.
O relatório ainda menciona que as eleições ocorreram em um contexto de restrições severas à liberdade dos atores políticos, à liberdade civil e à mídia. Durante o processo, o CNE mostrou um viés evidente em favor do atual governo.
Vale destacar também que a diplomacia brasileira já havia sido alertada pelo governo dos Estados Unidos de que o Carter Centre faria críticas ao processo eleitoral venezuelano, embora a extensão dessas críticas ainda não fosse clara.
Celso Amorim, assessor internacional da Presidência da República, afirmou que aguardaria a avaliação dos observadores internacionais antes de divulgar a posição oficial do Brasil.
Durante sua visita a Caracas, Amorim manteve contato próximo com o Carter Centre. A Organização das Nações Unidas também enviou uma missão para monitorar o processo eleitoral.