ONU acusa soldados de Israel de tortura e abuso sexual contra palestinos presos

Atualizado em 31 de julho de 2024 às 7:02
Corpos empilhados na área externa do hospital al-Najar, em Rafah, cidade do sul de Gaza que Israel continua bombardeando incessantemente – Foto: AFP

Soldados israelenses estão sendo acusados de praticar tortura e abuso sexual contra palestinos detidos desde o ano passado. As acusações foram realizadas pelo Escritório da ONU para Direitos Humanos. O relatório revela também tratamento desumano e prisões arbitrárias e secretas. Detentos relataram que foram colocados em “gaiolas”, usando apenas fraldas, sem acesso ao banheiro. Com informações de Jamil Chade, do UOL.

“Desde 7 de outubro, milhares de palestinos – incluindo equipes médicas, pacientes e residentes – foram levados de Gaza para Israel, geralmente algemados e com os olhos vendados”, disse trecho do informe. “Outros milhares foram detidos na Cisjordânia e em Israel, mantidos em segredo, sem motivo para sua detenção ou acesso a um advogado”, continua.

Segundo a ONU, pelo menos 53 palestinos presos morreram em instalações militares e prisões israelenses desde os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. A organização destaca o “número surpreendente de detidos sem acusação ou julgamento, mantidos em condições deploráveis, juntamente com relatos de maus-tratos e tortura”.

“Os testemunhos indicam atos terríveis, como afogamento e soltura de cães nos detidos, em flagrante violação dos direitos humanos”, afirmou Volker Turk, alto comissário da ONU para Direitos Humanos. Na segunda-feira (29), autoridades israelenses informaram que estavam investigando soldados por supostos abusos contra um prisioneiro palestino no centro de detenção de Sde Teiman, no deserto de Negev.

Volker Türk, alto comissário da ONU para Direitos Humanos – Foto: Reprodução

O informe enfatiza que, em Gaza, os detidos são principalmente homens e meninos adolescentes, levados enquanto se abrigavam em escolas, hospitais e edifícios residenciais. A ONU acusa Israel de não explicar as detenções e de não fornecer informações sobre o destino dos detidos, sem permitir acesso do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) às instalações.

“Os detidos relataram que foram mantidos em gaiolas, despidos por períodos prolongados, usando apenas fraldas”, afirmou a ONU. “Depoimentos falam de vendagem prolongada, privação de comida, sono e água, além de choques elétricos e queimaduras com cigarros. Alguns relataram violência sexual e de gênero”, denuncia o relatório.

O Alto Comissário pediu a libertação imediata de todos os reféns em Gaza e de palestinos detidos arbitrariamente por Israel. Ele também solicitou uma investigação completa, independente e imparcial sobre os atos denunciados.

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