Jogadoras da Seleção Feminina de futebol devem ser cobradas por resultados e sem coitadismo

Atualizado em 31 de julho de 2024 às 17:33
Marta durante o ultimo jogo da seleção brasileira. Foto: Divulgação

Por Luan Araújo

A péssima campanha da Seleção Feminina de futebol nos Jogos Olímpicos de Paris é só mais um capítulo de uma história que se desenha cada vez mais clara: as jogadoras precisam ser responsabilizadas pela derrota. Passou a era do coitadismo.

Com duas derrotas e uma vitória, o Brasil está por um fio no torneio olímpico e não deve conquistar medalha. As escolhas do técnico Arthur Elias, multivencedor com o Corinthians, foram erradas. Tanto na convocação, quanto taticamente. Mas está na hora de cobrar as jogadoras de uma forma mais contundente.

Foi-se, há muito tempo, a época de falar que a Seleção Feminina e o próprio futebol feminino no Brasil não têm apoio. Hoje, o Brasil tem três divisões nacionais de clubes, torneios de base e seleções de base consolidadas. Alguns, como o Corinthians, dão estruturas para trabalhar melhores que 99% dos clubes masculinos do país.

As brasileiras hoje atuam na Europa e nos EUA, onde jogam contra as melhores do mundo. Possuem uma boa bagagem. Então, certas coisas não são aceitáveis. E elas aconteceram em profusão em Paris.

No jogo contra o Japão, houve uma derrota inacreditável quando estava ganhando por 1 a 0. A equipe tomou uma virada impressionante em duas falhas infantis: um pênalti com mão na bola e um segundo gol em uma saída displicente da defesa.

Brasil jogando contra o Japão. Foto: Divulgação

Nesta quarta (31), no jogo contra a Espanha, Marta, melhor jogadora da história do futebol feminino e capitã da equipe, foi expulsa de maneira bizarra após dar uma voadora em uma jogadora adversária em um lance na entrada da área. Após a expulsão, o Brasil perdeu por 2 a 0 e se complicou na competição.

Pia Sundhage, a técnica anterior, demitida após a vergonhosa eliminação para a Jamaica na Fase de Grupos da Copa do Mundo do ano passado, foi criticada, com justiça, por tomar decisões que não deram certo. Arthur Elias também as merece. Errou na convocação e nas escalações. Mas as jogadoras precisam ser cobradas em postura de time vencedor. Coisa que está passando longe.

A Espanha, campeã do mundo no futebol feminino, possui alguns problemas parecidos com o Brasil. Falta de cuidado da federação, com polêmicas como o caso de assédio de Luis Rubiales e um campeonato nacional que não é muito forte, comparado aos seus vizinhos (apesar de, como no Brasil com o Corinthians, o Barcelona ser um time dominante).

E, mesmo assim, as jogadoras se fecharam para terem grandes atuações. A Colômbia, país vizinho que mal tem campeonato nacional, foi mais longe que o Brasil na última Copa do Mundo, muito por ter um elenco com uma ética de trabalho tremenda. Está na hora das nossas meninas crescerem.

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