PT e PSOL têm encontrado mais pontos em comum nos últimos tempos, consolidando uma aliança significativa nas disputas municipais. Desde sua origem como uma facção dissidente do PT há 20 anos, o partido de Guilherme Boulos agora celebra duas décadas de existência com uma proximidade renovada com os petistas.
Recentemente, o PT escolheu não lançar um candidato próprio para a prefeitura de São Paulo, optando por apoiar Guilherme Boulos do PSOL, com a ex-prefeita Marta Suplicy, que retornou ao PT, como vice na chapa. Essa decisão reflete uma estratégia de união para fortalecer a representação de esquerda na maior cidade da América Latina, após resultados desfavoráveis na última eleição municipal.
Esta cooperação se estende a outras cidades importantes como Belém, Macapá, Porto Alegre e está se desenvolvendo em Manaus. Em Belém, por exemplo, o prefeito Edmilson Rodrigues do PSOL busca a reeleição com um vice do PT, enquanto que em Porto Alegre, a chapa totalmente feminina formada por Maria do Rosário (PT) e Tamyres Filgueira (PSOL) busca retomar a prefeitura para a esquerda.
As parcerias entre PT e PSOL também se repetem em várias capitais, e os partidos estão juntos em campanhas em Minas Gerais, Goiás, Paraíba e Mato Grosso. Mesmo em lugares onde as alianças foram desfeitas, como em Maceió, os partidos mantêm o apoio mútuo em outras cidades.
Com uma mudança na postura política, o PSOL agora encara as eleições não mais apenas como oposição, mas como um potencial partido de governo, segundo palavras de Paula Coradi, presidente do PSOL. Essa nova fase promete um cenário político em que antigas rivalidades dão lugar a colaborações estratégicas para fortalecer a representação da esquerda no Brasil.