EUA são acusados de liberar atletas dopados para competirem; entenda

Atualizado em 8 de agosto de 2024 às 17:14
Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA). Foto: Divulgação

A Agência Mundial Antidoping (WADA) divulgou, nesta quinta-feira, uma nota oficial revelando detalhes sobre uma série de fraudes cometidas pela Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) ao longo dos últimos anos. A declaração da WADA vem na esteira de uma reportagem da Reuters, publicada no dia anterior, que expôs as irregularidades.

De acordo com a WADA, a USADA permitiu que atletas dopados competissem por anos sem enfrentar punições ou desqualificações. A agência ainda revelou que estava ciente de pelo menos três casos em que atletas continuaram competindo enquanto atuavam como informantes secretos da USADA, sem que a WADA fosse notificada e sem qualquer respaldo nas regras do Código Mundial Antidoping ou nas normas da própria agência.

Um dos casos destacados pela WADA envolve um atleta de elite, cuja identidade não foi revelada, que competiu em eliminatórias olímpicas e eventos internacionais apesar de ter admitido o uso de esteroides e outras substâncias proibidas.

O atleta continuou competindo até sua aposentadoria, com seus resultados nunca desqualificados e prêmios em dinheiro nunca devolvidos. Quando a USADA finalmente revelou a situação à WADA, a agência global foi pressionada a concordar com a não publicação das consequências para garantir a segurança do atleta.

Agência Mundial Antidoping (WADA). Foto: Divulgação

A WADA criticou a USADA por seu comportamento “hipócrita”, especialmente em relação às frequentes denúncias da agência contra atletas de outros países, como China e Rússia.

A agência global questiona como outros atletas podem se sentir competindo contra aqueles que eram conhecidos pela USADA por trapacear, enquanto a USADA fazia pouco para corrigir a situação. Em resposta, a USADA defendeu a prática de permitir que atletas infratores competissem como informantes secretos, argumentando que isso ajudou a avançar investigações sobre tráfico de pessoas e drogas.

O presidente-executivo da USADA, Travis Tygart, afirmou que tal abordagem é eficaz para lidar com problemas maiores e sistêmicos, embora a agência não tenha fornecido detalhes adicionais sobre esses casos. O Código Mundial Antidoping permite que um atleta que colabora substancialmente em uma investigação de doping solicite a redução de sua suspensão.

No entanto, o código não prevê que atletas infratores possam continuar competindo sem serem processados ou sancionados. A USADA declarou que a WADA estava ciente dos casos antes de 2021 e considerou a declaração da WADA como uma “difamação” em resposta às críticas sobre o tratamento das nadadoras chinesas.

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