Funcionário revela pagamento a seguidores de Marçal por cortes de vídeos

Atualizado em 21 de agosto de 2024 às 18:26
Pablo Marçal. Foto: Divulgação

Um áudio vazado de um funcionário de Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo pelo PRTB, revela que o político utilizou contas de intermediários para pagar seguidores que ajudaram a divulgar cortes de seus vídeos. A gravação, compartilhada em uma comunidade no Discord, contradiz uma declaração recente dele, na qual ele negou à Justiça Eleitoral ter realizado qualquer tipo de pagamento a apoiadores.

A revelação do áudio ocorre em um momento delicado para a campanha de Marçal. No último sábado (17), o Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou a suspensão do registro de candidatura do coach e a abertura de uma ação para investigar um possível abuso de poder econômico durante a pré-campanha. A denúncia ainda será julgada pela Justiça Eleitoral.

A gravação foi divulgada no grupo “Cortes do Marçal” no Discord em 1º de agosto, e nela, Jefferson Zantut, funcionário da PLX Digital, empresa ligada ao empresário, explica o atraso nos pagamentos prometidos aos seguidores que participaram de uma competição de viralização. Segundo O colaborador, os pagamentos eram feitos por meio de uma prestadora de serviços, que emitia notas fiscais e repassava o dinheiro aos vencedores.

“Não caiu? Por um momento eu vi sua mensagem e fiquei assustado, mas aí eu lembrei o seguinte: que caiu na conta de uma outra pessoa. ‘Por que de uma outra pessoa, Jefferson?’ Lembra que eu falei que precisa emitir nota? Então, caiu na conta da Jéssica, que é uma prestadora, que vai emitir essas notas pra gente”, explicou Zantut no áudio.

Áudio compartilhado no Discord e o Regulamento de competição promovida pela comunidade Cortes do Marçal, no Discord. Foto: Reprodução

Apesar de ter classificado a ação do MPE como uma “tentativa desesperada do bloco da esquerda, MDB, PSB, PT e PSOL, de tentar frear quem realmente vai vencer as eleições”, Marçal já admitiu publicamente que paga pelos cortes de apoiadores.

A competição em questão prometia prêmios entre R$ 50 e R$ 5.000 para os seguidores que obtivessem bons resultados ao compartilhar os vídeos de Marçal, incluindo o uso obrigatório da hashtag #prefeitomarçal, como revelado pela agência Aos Fatos.

A legislação eleitoral brasileira proíbe a oferta de remuneração, monetização ou qualquer tipo de vantagem econômica em troca de engajamento nas redes sociais durante campanhas eleitorais. A revelação do áudio levanta questionamentos sobre a conformidade das práticas da campanha de Marçal com as regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral.

O caso agora aguarda julgamento, e a decisão da Justiça Eleitoral poderá impactar significativamente a campanha de Pablo Marçal. Enquanto isso, a comunidade Cortes do Marçal no Discord continua a divulgar planilhas com os valores dos prêmios e listas dos vencedores, o que pode fornecer mais evidências para a investigação em curso.

Confira o áudio: