Nesta quarta-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a indicação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC). Atualmente diretor de Política Monetária da instituição, Galípolo, aos 42 anos, substitui Roberto Campos Neto, que ocupa o cargo desde fevereiro de 2019, quando foi conduzido ao cargo por Jair Bolsonaro (PL).
Porém, para Galípolo assumir o Banco Central, a indicação do presidente precisa ser aprovada pelo Senado.
O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio do Planalto. Haddad informou que o Lula conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a data da sabatina de Galípolo, e que ele ligará novamente para o senador para definir o momento da audiência. “Quero crer que estão sintonizados os presidentes, Pacheco e Lula, em relação à importância dessa indicação”, afirmou.
Galípolo expressou sua satisfação com a indicação, destacando a “honra” e a “grande responsabilidade” envolvidas. “É uma honra enorme e grande responsabilidade ser indicado à presidência do Banco Central do Brasil”, disse, enfatizando que a confirmação depende da aprovação do Senado.
Com a nomeação de Galípolo, o governo ainda precisa preencher outras três vagas na diretoria do BC: Política Monetária, Regulação e Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta. Haddad anunciou que os nomes para essas vagas serão divulgados “oportunamente”.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, manifestou confiança na indicação do economista, destacando sua experiência como diretor de Política Monetária. “Vejo a indicação de Galípolo com muita tranquilidade e otimismo”, afirmou Sidney em entrevista ao Estadão.
Sidney também destacou que a experiência de Galípolo no BC e sua vivência em debates sobre política monetária são atributos valiosos para o cargo.
Gabriel Galípolo é aliado de Fernando Haddad e sua relação com o ministro remonta à disputa eleitoral de 2022. Em abril daquele ano, eles coassinaram um artigo na Folha de S.Paulo em defesa de uma moeda sul-americana.
Em maio de 2024, ele e outros diretores indicados pelo governo apoiaram um corte maior na Selic, o que gerou preocupações de representantes do mercado sobre a postura do BC em relação à inflação.
O Banco Central manteve a taxa Selic em 10,5% ao ano na reunião de julho, e o cenário econômico continua sendo monitorado, especialmente com a estimativa de inflação se aproximando do teto permitido pela meta.