O influenciador Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, tem promovido uma imagem de empresário bem-sucedido, destacando-se como o candidato mais rico na disputa. Em suas redes sociais, ele menciona frequentemente conquistas nos negócios, como a compra de um banco e de uma seguradora avaliada em R$ 400 milhões. No entanto, investigações revelam que essas alegações podem ser bastante diferentes da realidade.
Marçal afirma que decidiu “abrir um banco” após se decepcionar com as instituições financeiras que gerenciavam suas contas. Ele menciona o “General Bank” como uma instituição autorizada a operar e afirma que sua seguradora também está registrada e em funcionamento com a aprovação da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
No entanto, documentos obtidos pelo Metrópoles mostram que o General Bank não é registrado como banco no Banco Central, e a seguradora também não possui registro na Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Na prática, o “banco” de Marçal é apenas uma plataforma que cobra uma taxa de R$ 45 para abrir uma conta em outra instituição financeira, o Asaas, que não cobra nada diretamente de seus clientes para esse serviço. Após essas revelações, o site do General Bank não está mais disponível para ser acessado.
Além disso, a seguradora mencionada por Marçal não é uma seguradora propriamente dita, mas sim uma revendedora de seguros de outras empresas, que também oferece um curso de “executivo” por R$ 497, ensinando como ser corretor de seguros.
Apesar do coach registrar a marca “General Bank” no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), isso não o torna automaticamente sócio de um banco real, mas apenas titular da marca.
O aplicativo General Bank, disponível nas lojas de aplicativos, é gerido pela BRM1 Administradora, cuja propriedade pertence a Bruno Pierro, amigo e apoiador do influencer. Pierro se apresenta como “co-founder” do General Bank ao lado de Marçal e também faz parte da campanha do influenciador à Prefeitura de São Paulo.
A plataforma cobra taxas que são repassadas para a BRM1, empresa de Pierro, e não diretamente para o bolsonarista. Além das funções básicas de um banco, como transferências e pagamentos, a plataforma oferece cursos, palestras e e-books de Marçal.
Amigos e colaboradores próximos do coach, como Nézio Monteiro de Oliveira e Marcos Paulo de Oliveira, estão envolvidos em outras empresas relacionadas ao influenciador, incluindo a Resort Digital, que possui capital de R$ 12 milhões. Marcos Paulo, por exemplo, doou R$ 900 mil à campanha de Marçal em 2022, quando ele tentou concorrer à presidência, mas teve sua candidatura impugnada.
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