Brasil terá PIB ainda maior em 2024 e sem aumento da inflação, diz Tebet

Atualizado em 4 de setembro de 2024 às 13:04
Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento. Foto: reprodução

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou nesta quarta-feira (4) que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode alcançar um crescimento de até 3% sem provocar pressão inflacionária, desde que o avanço seja diversificado entre os setores da economia.

Em entrevista à rádio CBN, ela ressaltou que, embora projeções anteriores sugerissem que o PIB potencial do país fosse em torno de 1% a 1,5%, as perspectivas agora são mais otimistas. Segundo ela, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta que o Brasil pode crescer até 2,5% sem impactar a inflação, mas o governo acredita em um potencial ainda maior.

“Podemos crescer 2,8%, até 3%, sem bater na inflação, desde que o crescimento seja pela diversidade. Não é só o agronegócio, a indústria tem que comparecer, para que a procura não seja maior que a oferta”, afirmou Tebet, reforçando a importância de um crescimento equilibrado entre os diversos setores da economia para evitar a elevação dos preços.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última terça-feira (3) que o PIB avançou 1,4% no segundo trimestre, o que levou analistas de mercado a revisarem suas projeções de crescimento para 2023, com alguns prevendo uma alta de 3% no ano.

Simone Tebet e o presidente Lula. Foto: reprodução

Mesmo com o cenário positivo, economistas se disseram preocupados sobre o risco de aumento da inflação, uma vez que o aquecimento do mercado de trabalho e o aumento da renda podem elevar a demanda além da oferta, pressionando os preços.

Tebet, porém, expressou confiança de que, se os próximos trimestres mantiverem o desempenho registrado no segundo trimestre, esse risco não se concretizará. “Esse crescimento é de qualidade, porque ele vem da indústria, do investimento. A demanda pelos produtos, que vem por conta do salário aquecido, vai encontrar nas prateleiras os produtos, graças à indústria que está produzindo”, afirmou a ministra.

Além disso, ela mencionou que o crescimento do PIB fortalecerá a posição do governo nas negociações com o Congresso para a aprovação do Orçamento da União para 2025. Tebet destacou que, com o aumento da receita proporcionado por um PIB maior, há uma tendência de alta na arrecadação, o que aproxima o governo da meta de déficit zero em 2024 e abre caminho para o equilíbrio fiscal em 2025.

“Com o crescimento da receita, estamos próximos de alcançar a meta zero em 2024. E teremos condição de alcançar a meta zero em 2025”, afirmou.

Em paralelo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à Globonews que os gastos do programa auxílio-gás no Orçamento de 2025 devem ser revistos. Ele também comentou que a economia brasileira continua crescendo com inflação controlada e que, até o momento, não há razões para revisar a meta fiscal estabelecida.