O empresário Ricardo Castellar Faria, fundador da Granja Faria, maior produtora de ovos do Brasil, e estreante na lista de bilionários da revista ‘Forbes’, expressou sua forte oposição às propostas de taxação de grandes fortunas defendidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo ele, a medida poderia causar uma fuga em massa de capitais e afastar “cabeças brilhantes” do país, prejudicando o ambiente de negócios no Brasil. Para o empresário, a ideia de tributar grandes fortunas é uma “loucura” que resultaria na evasão de recursos e talentos.
“O capital é um cachorro medroso. Se ele sentir que está prestes a ser atingido, ele vai fugir”, afirmou Castellar, referindo-se à possível migração de empresas e investidores para outros países. Ele enfatizou que a fuga de capital levaria consigo as “cabeças brilhantes” que impulsionam a inovação e o crescimento econômico.
Ele destacou países como Cingapura e Dubai como modelos de ambientes propícios para negócios, citando suas baixas taxas de tributação como atrativos para investidores e empreendedores. “O Imposto de Renda em Dubai é zero, e o IVA é de 5%. Muitas pessoas se perguntam: ‘por que vou pagar 20% aqui se posso pagar zero lá?'”, questionou ele, defendendo um ambiente que incentive o risco e o investimento no Brasil.
Um estudo encomendado pelo G20 sugere que uma taxação de 2% sobre as grandes fortunas poderia gerar US$ 250 bilhões anualmente, o que poderia ser utilizado para combater a desigualdade. No entanto, ele argumenta que a solução para os problemas econômicos não está em tributar os ricos, mas em adotar políticas que incentivem o empreendedorismo.
Embora tenha se tornado um dos empresários mais ricos do Brasil, Castellar descartou a possibilidade de abrir o capital da Granja Faria na Bolsa de Valores do Brasil (B3) no momento. Ele apontou a falta de um ambiente favorável para novos investimentos no Brasil como o principal obstáculo. “O Brasil está completamente fechado para novos investimentos e vem andando de lado desde a pandemia”, afirmou.
O empresário também não descartou a possibilidade de listar a Granja Faria no exterior no futuro, afirmando que as decisões podem mudar conforme o contexto econômico se altera. “Quando mudam os fatos, só os idiotas não mudam”, comentou, ressaltando que, há cinco anos, a ideia de abrir o capital no Brasil parecia mais viável.
A falta de ofertas públicas iniciais (IPOs) no Brasil nos últimos anos reflete o cenário econômico adverso mencionado por Castellar. Enquanto 2021 registrou um recorde de 45 IPOs, nos anos seguintes nenhuma empresa lançou suas ações na bolsa brasileira, optando por buscar mercados internacionais.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line