Marina Ganzarolli é uma advogada especializada em violência de gênero, fundadora do Me Too Brasil e da MG Consulting, uma consultoria voltada para esse tema no ambiente corporativo. A instituição ganhou fama nacional após acolher supostos casos de assédio sexual perpetrados pelo então ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Uma das mulheres era a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Sua trajetória começou durante a juventude na faculdade, por ocasião da promulgação da Lei Maria da Penha. Ainda como estagiária, Marina oferecia apoio voluntário a vítimas de violência de gênero. Com o tempo, seu trabalho atraiu a atenção da mídia e do mercado, levando-a a expandir sua atuação com o Me Too Brasil, abrangendo todo o país, e como consultora para empresas.
Atualmente, Marina Ganzarolli é uma referência no combate à violência contra as mulheres. Além de atuar voluntariamente com vítimas de agressão doméstica, ela enxerga esse trabalho como sua missão de vida. Em entrevista ao Meio & Mensagem, Marina compartilhou sua trajetória desde os tempos de faculdade até a decisão de empreender, oferecendo orientações sobre como as marcas podem se tornar aliadas no enfrentamento da violência de gênero.
Marina começou sua carreira influenciada pelo voluntariado de seus pais, professores da Unicamp. Durante seu período na Faculdade de Direito da USP, notou que as discriminações de gênero e lesbofobia que enfrentava na infância ainda eram presentes. Ao estagiar no Departamento Jurídico do Centro Acadêmico Onze de Agosto, tornou-se a primeira a trabalhar com casos da recém-aprovada Lei Maria da Penha. Seu engajamento a levou a fundar o Coletivo Feminista Dandara e a atuar no combate à violência sexual nas universidades.
Em 2016, Marina criou a Rede Feminista de Juristas, conhecida como Defende, focada em qualificar profissionais para a luta contra a violência de gênero, algo pouco abordado na época. A Defende desempenhou um papel importante, inclusive no recente julgamento do aborto no STF. Marina também compartilhou sua visão sobre a importância de diversificar a organização, engajando-se na promoção de debates sobre raça e diversidade.
O Me Too Brasil foi fundado por Marina após ela se inspirar no modelo da organização RAINN, dos Estados Unidos, que lida com violência sexual em todos os gêneros e faixas etárias. Durante a pandemia, o Me Too Brasil foi lançado para prestar apoio a vítimas de violência sexual, conectando-as a serviços públicos por meio de atendimento remoto com equipes especializadas.
Marina também destaca seu trabalho como consultora por meio da MG Consulting, onde ela desenvolve projetos voltados para compliance cultural e design instrucional. A consultoria aborda condutas inadequadas no ambiente de trabalho, como assédio e discriminação, oferecendo treinamento, suporte psicológico e jurídico.
Quando questionada sobre como as marcas podem contribuir para o combate à violência de gênero, Marina sugere que as empresas comecem internamente, realizando censos de diversidade e criando ambientes inclusivos. Além disso, recomenda que as campanhas sejam desenvolvidas por equipes diversas, a fim de garantir uma comunicação mais sensível e eficaz.
Por fim, Marina recomenda recursos como o documentário “The Mask You Live In”, o livro “Você Já É Feminista!” de Nana Queiroz, e o material “Como Conversar com Homens sobre Violência contra as Mulheres” como ferramentas valiosas para aprofundar a compreensão sobre violência de gênero.
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