Lula quer encontro com governadores para discutir ações sobre incêndios

Atualizado em 16 de setembro de 2024 às 23:21
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com expressão pensativa e mão no queixo, sem olhar para a câmera
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende se reunir com governadores para discutir o combate às queimadas, cuja fumaça já cobre 60% do território nacional. As queimadas têm sido usadas por adversários políticos para criticar a atuação do governo federal. O Palácio do Planalto ainda não definiu a data do encontro, mas está buscando alinhar a agenda com os estados. Com informações da Folha de S.Paulo.

O petista deve permanecer em Brasília durante a semana, antes de viajar para Nova York no sábado (21), onde participará da Assembleia Geral da ONU. Auxiliares do governo afirmam que o objetivo do encontro com os governadores é reforçar a importância do trabalho conjunto no combate aos incêndios, além de garantir que os estados cumpram seu papel nessa tarefa.

O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, confirmou que o Palácio do Planalto está organizando o encontro entre o presidente e os governadores: “A depender da disponibilidade dos governadores de poder agendar, ocorrerá ainda no decorrer desta semana. Será tratado só disso, incêndios”.

Recentemente, os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Rui Costa (Casa Civil) já haviam iniciado diálogos com governadores sobre o tema. A posição do governo federal é que o combate aos incêndios deve ser coordenado entre estados e União, como ocorreu durante as enchentes no Rio Grande do Sul, quando o governador Eduardo Leite (PSDB) e prefeitos foram convocados para ações conjuntas.

Estados têm papel crucial no controle do fogo

A cooperação entre o governo federal e os estados é considerada fundamental, uma vez que são os entes estaduais os responsáveis por autorizar o uso de fogo em atividades como manejo de pastagens. Entretanto, o governo federal tem criticado alguns estados que, mesmo com o aumento das queimadas na Amazônia, não implementaram proibições ao uso do fogo.

O governo defende que toda e qualquer queimada seja proibida, tanto para evitar acidentes, como queimadas controladas que saem de controle, quanto para classificar qualquer queimada como crime, inibindo assim essa prática.

Marina Silva e Lula sentados lado a lado, ela falando em microfone e ele cabisbaixo
Ministra Marina Silva (Meio Ambiente) e Lula – Reprodução

Encontro com ministros discute queimadas

Nesta segunda-feira (16), Lula realizou uma reunião no Palácio do Planalto com nove ministros, incluindo Marina Silva, Rui Costa, Fernando Haddad (Fazenda) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), para tratar das queimadas.

Representantes de órgãos como ICMBio, Ibama e Polícia Federal, além dos senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP), também estiveram presentes. A expectativa é que haja um anúncio oficial sobre medidas de combate às queimadas em breve.

Crise climática no Brasil

O Brasil enfrenta uma grave crise climática nos últimos meses. A região Norte do país sofre com a seca, que secou rios, isolou comunidades e ameaça o abastecimento de água em várias cidades. Outras regiões enfrentam queimadas florestais que destroem vastas áreas de vegetação nativa e geram fumaça, prejudicando a qualidade do ar nas cidades.

Em resposta, Lula anunciou a criação da Autoridade Climática, uma proposta presente em seu plano de governo, mas que ainda não foi implementada.

No domingo (15), o presidente sobrevoou a área atingida por um grande incêndio no Parque Nacional de Brasília, também conhecido como Parque da Água Mineral. A fumaça dos incêndios chegou à capital, afetando até mesmo o Palácio do Planalto.