Uma série de explosões envolvendo pagers utilizados pelo Hezbollah foram causadas por explosivos previamente instalados nos equipamentos, de acordo com o jornal The New York Times. O dado foi confirmado por um oficial dos Estados Unidos e por autoridades com conhecimento da operação.
Nesta terça-feira (17), nove pessoas morreram e outras 2.750 ficaram feridas. O grupo extremista Hezbollah e o governo do Líbano responsabilizaram Israel pelo ataque, embora, até o momento, o governo israelense não tenha emitido declarações oficiais.
Explosivos em pagers importados
Segundo o The New York Times, Israel teria escondido explosivos em pagers taiwaneses adquiridos pelo Hezbollah. Esses dispositivos foram fabricados pela empresa Gold Apollo, e o explosivo foi colocado próximo à bateria de cada pager, pesando menos de 50 gramas. Um interruptor embutido permitiu que os explosivos fossem detonados remotamente.
Os dispositivos teriam sido programados para emitir um sinal sonoro antes da explosão, atraindo os donos dos pagers a manusearem os equipamentos, o que teria causado as detonações.
Investigação e responsabilidades
De acordo com fontes de segurança libanesas, os pagers que explodiram foram importados há cinco meses. A empresa responsável pelos equipamentos não se pronunciou sobre o incidente.
Especialistas consultados pela Associated Press apontaram duas teorias principais para o ataque: a instalação de explosivos nos pagers ou a detonação por meio de um pulso eletrônico. Um integrante do Hezbollah relatou que os dispositivos esquentaram antes de explodir, sendo de uma marca que não era tradicionalmente utilizada pelo grupo.
Alex Plitsas, especialista em segurança, analisou imagens do incidente e sugeriu que as explosões indicam sinais de detonação controlada, o que poderia evidenciar o envolvimento israelense na operação.
Escalada do conflito entre Hezbollah e Israel
Os pagers foram adquiridos após o líder do Hezbollah proibir o uso de celulares, com o intuito de evitar a interceptação de informações por parte da inteligência israelense. A guerra entre o Hezbollah e Israel intensificou-se com em Gaza após ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.
Desde então, o Hezbollah lançou mísseis contra o norte de Israel, e as hostilidades entre os dois países têm provocado a evacuação de milhares de pessoas. A morte de líderes como Ismail Hanyieh, do Hamas, e Fuad Shukr, do Hezbollah, em julho de 2023, piorou a situação, com promessas de vingança por parte do Irã e do Hezbollah contra Israel.
O governo libanês pediu que todos os cidadãos descartassem imediatamente seus pagers, devido ao risco de novos incidentes.