“Eles têm uma raiva entre eles, se xingam nos intervalos”, diz mediadora de debate em SP

Atualizado em 20 de setembro de 2024 às 8:39
Seguranças em frente ao púlpito de cada candidato no debate da RedeTV/UOL — Foto: Imagem cedida à coluna
Seguranças em frente ao púlpito de cada candidato no debate da RedeTV/UOL — Foto: reprodução

A crescente agressividade nos debates da eleição de São Paulo tem feito mediadores e veículos de comunicação adotarem medidas inéditas, como a presença de seguranças para conter os candidatos. A prática, incomum em pleitos anteriores, foi introduzida devido ao aumento de confrontos físicos e verbais durante os encontros eleitorais.

Nesta sexta-feira (20), haverá um novo debate, organizado pelo SBT, em parceria com o portal Terra e a Rádio Nova Brasil. Os mediadores dos debates anteriores afirmam que o formato atual precisa de ajustes para acompanhar as novas dinâmicas políticas.

Denise Campos de Toledo, apresentadora da TV Gazeta, que mediou um debate no início do mês, destacou: “Essa agressividade vem das redes sociais. A briga pública está banalizada. Quem está coordenando tem que aumentar o tom desde o início.”

Ela relembrou momentos tensos, como quando José Luiz Datena (PSDB) deixou o púlpito para ameaçar Pablo Marçal (PRTB). “Eles têm uma raiva entre eles, se xingam nos intervalos, não se cumprimentam na chegada. Teve candidato que ameaçou ir embora em um dos intervalos”, disse.

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Denise Campos de Toledo, apresentadora da TV Gazeta

Leão Serva, que mediou o debate em que Datena agrediu Marçal com uma cadeira, ressaltou a necessidade de um controle mais rígido. Ele precisou chamar os comerciais, enquanto a organização tomava decisões e acalmava os ânimos do apresentador e do ex-coach.

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Leão Serva. Foto: reprodução

Serva disse que é preciso fazer um pente-fino nas regras dos debates. “Não se pode aceitar o inaceitável. Agressões à moda de Trump e seus epígonos devem ser vetadas. Candidatos com comportamento tóxico devem ser vetados. E, no limite, não se realiza o debate”, afirmou.

Medidas mais drásticas, como parafusar cadeiras e posicionar seguranças nos intervalos, foram implementadas no debate da RedeTV! e UOL, realizado após a cadeirada.

Amanda Klein, mediadora desse encontro, afirmou: “Precisei gritar para controlá-los. Aparentemente, esse é o novo normal.” Ela conta que buscou se posicionar como “interventora”, interrompendo os candidatos para alertá-los sobre o uso de apelidos e linguagens inadequadas, o que não adiantou muita coisa.

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Amanda Klein. Foto: reprodução

Já o apresentador da Band, Eduardo Oinegue, mediador do primeiro debate, defende que a mudança deve vir dos próprios candidatos. “Você pode fazer a melhor regra do mundo: a regra não impede abusos. Tem de ser algo que parta da boa vontade dos candidatos”, destacou.

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Eduardo Oinegue. Foto: reprodução