A rede Al Jazeera acusou Israel de invadir sua sucursal em Ramallah, na Cisjordânia, neste sábado (21), já manhã de domingo no horário local. Segundo a emissora, soldados israelenses entregaram uma ordem de fechamento do escritório por 45 dias. A transmissão ao vivo foi interrompida, e o canal exibiu imagens da invasão até o momento do corte.
O chefe de reportagem da Al Jazeera, Walid al-Omari, afirmou que um dos soldados mencionou uma ordem judicial para o fechamento do local. A equipe foi instruída a deixar o escritório em um prazo de 15 minutos. Omari também relatou que equipamentos de transmissão foram danificados, e um poster da jornalista Shireen Abu Akleh, morta em 2022 durante uma operação israelense, foi rasgado.
O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou a ação, classificando-a como “uma nova violação contra o trabalho jornalístico”. Segundo o sindicato, a ação militar foi arbitrária e mais uma tentativa de silenciar a imprensa que expõe as ações de Israel contra os palestinos.
Esse episódio ocorre em meio a tensões recorrentes entre Israel e a Al Jazeera. Em abril, o Parlamento israelense aprovou uma lei permitindo o fechamento de emissoras estrangeiras que, segundo o governo, ameaçam a segurança do Estado. A lei foi vista como uma medida direcionada à Al Jazeera, que já sofreu outras ações do governo israelense.
O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, chegou a acusar a Al Jazeera de ser “terrorista”. A emissora negou as acusações, classificando-as como “mentiras perigosas”, e prometeu manter sua cobertura na região, mesmo recorrendo à Justiça, se necessário.
A Al Jazeera, criada em 1996 no Qatar, ganhou popularidade no Ocidente por sua cobertura crítica de conflitos no Oriente Médio, como a Guerra do Iraque e a invasão americana do Afeganistão.
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