O ex-ministro José Dirceu afirmou que o povo palestino tem o “direito sagrado” de usar armas para combater a ocupação israelense em Gaza. Ele ainda aponta que a região sofre um “genocídio” e uma “guerra de extermínio”.

“Não há razão para não nos manifestarmos claramente. O que aconteceu lá foi e é um genocídio, uma guerra de extermínio. Hoje está transitado em julgado no mundo que é um genocídio e países como a Inglaterra suspenderam o envio de armas a Israel”, afirmou à coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Ele ainda aponta que a ONU (Organização das Nações Unidas) reconhece o Estado palestino, mas Israel se recusa a cumprir as resoluções do órgão. “O povo palestino tem o direito de se levantar em armas contra a ocupação de Israel. Tem o direito. Sagrado”, prossegue.

Dirceu ainda elogia o governo Lula por se posicionar contra Israel no conflito e diz que o petista está “corretíssimo” ao chamar o caso de “genocídio”. “É uma ocupação. É um colonialismo, uma segregação, um apartheid social grave. Israel tem que tomar uma decisão. Não quer reconhecer o Estado palestino? É uma coisa. Quer? Então tem que ver como construir isso”, acrescenta.

O ex-ministro criticou, no entanto, a política externa brasileira, principalmente por questionar o resultado das eleições na Venezuela. Ele aponta que o ex-presidente Donald Trump pode voltar à Presidência dos Estados Unidos e não reconhecer uma eventual vitória de Lula em 2026. “Nós vamos aceitar?”, questiona.

Para Dirceu, a esquerda “passa ridículo” por não defender o que acredita temendo ataques da extrema-direita. Ele cita, por exemplo, as votações sobre a ressocialização de presos e a isenção de impostos para igrejas: “Nós perdemos um pouco o norte, o núcleo do nosso pensamento, que é o de uma sociedade solidária, com igualdade, com justiça”.

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