Lula critica ONU antes da Assembleia Geral: “Não tem coragem de criar o Estado Palestino”

Atualizado em 23 de setembro de 2024 às 23:58
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursando na ONU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Reprodução/Instagram

Na véspera de sua participação na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso em Nova York, onde criticou a atuação da instituição. Entre os principais pontos levantados, o petista afirmou que a organização precisa de “coragem” para estabelecer o Estado Palestino.

A Assembleia-Geral da ONU, que reúne chefes de Estado de diversos países, tem início nesta terça-feira (24). Conforme a tradição, o chefe do governo brasileiro será o primeiro a discursar, uma homenagem ao papel histórico do país na fundação da organização.

Antes disso, Lula participou da cerimônia de premiação da iniciativa Goalkeepers, promovida pela Fundação Bill e Melinda Gates. O presidente foi homenageado por suas contribuições aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente na erradicação da pobreza e no combate à fome. O prêmio Goalkeepers foi instituído em 2017.

No G20 do Brasil vamos discutir a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, a transição energética e governança mundial. Precisamos recuperar o papel da ONU, que não está sendo eficaz. #GoalKeepers2030

— Lula (@lula.com.br) September 23, 2024 at 8:59 PM

 

Em seu discurso no evento, Lula criticou a falta de ação da ONU em questões globais: “O mundo está desgovernado. Ninguém respeita ninguém. A ONU, quando foi criada, tinha 51 países que eram sócios da ONU. Agora tem 193. Significa que mais de 140 não participaram quando ela foi criada. E a ONU, que quando foi criada, teve força para criar o Estado de Israel, não tem coragem de criar o Estado Palestino”.

Além disso, o petista mencionou a ineficácia da ONU em evitar conflitos ao redor do mundo. “A ONU não consegue, não tem força para decidir. Não precisaria ter tido a guerra da Rússia com a Ucrânia, não precisaria ter tido o genocídio na Faixa de Gaza, não precisaria ter tido a invasão da Líbia, a guerra do Iraque. Tudo isso poderia ter sido evitado se a ONU cumprisse com a sua tarefa de ser uma espécie de governança mundial”, destacou.