A marca Globo é uma lepra que deve ser evitada por todas as outras. Por Carlos Fernandes

Atualizado em 7 de abril de 2016 às 18:49

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Quem estuda ou freqüenta o mundo corporativo sabe que a marca de uma empresa é um bem intangível que chega a ser mais valioso do que o próprio patrimônio físico e material de seu conglomerado.

Construir uma marca e fazer com que ela seja lembrada e respeitada pelo público consumidor é, em última instância, construir uma fonte de poder capaz de fazer a diferença entre o fracasso e o sucesso no selvagem mundo capitalista em que estamos inseridos.

Não é à toa que existem várias consultorias que listam anualmente o ranking das empresas cujas marcas despontam como as mais valiosas do planeta. Estar – e principalmente se manter – neste seleto grupo é um desafio diário num mundo cujos conceitos e valores estão em constante transformação.

Apple, Google e Facebook são algumas gigantes presentes nessas listas que sabem perfeitamente que a sua associação a quaisquer escândalos produzidos por si próprios ou por parceiros e colaboradores podem levá-las a uma irreversível desvalorização de suas marcas e, por conseguinte, de seus negócios.

Nesse contexto, é inacreditável que grandes empresas nacionais e multinacionais ainda se arrisquem a anunciar em veículos de informação tão desacreditados como o Grupo Globo e mais meia dúzia de plutocratas que durante décadas se beneficiaram de dinheiro público e agora simplesmente não sabem como sobreviver utilizando-se das próprias pernas.

Com a popularização da internet e a crescente exigência dos consumidores por bens, produtos e serviços que estejam cada vez mais alinhados a uma postura ética, moral, isenta e sustentável, a grande mídia familiar brasileira vem perdendo numa escala geométrica o seu poder e seu monopólio na divulgação e disseminação do que “é bom” e do que “está na moda”.

Ninguém capaz de soletrar o alfabeto se atreve a contestar a parcialidade e a indecência dos “métodos jornalísticos” utilizados pela grande imprensa no sentido de distorcer as notícias e manipular a opinião pública em proveito de seus interesses particulares.

Isso, por si só, já seria motivo mais do que suficiente para que as grandes corporações evitassem vincular as suas marcas, construídas com tanto sacrifício, a mídias completamente descompromissadas com a verdade dos fatos, com a legalidade jurídica e com a manutenção da ordem democrática.

Mas, infelizmente, os abusos não ficam “só” por aí. Apoio à Ditadura Militar, sonegação fiscal, divulgação de documentos sigilosos vazados criminosamente e agora a presença do Panamá Papers fazem parte do nefasto currículo que a Globo montou durante décadas de existência.

É bem verdade que muitos executivos já demonstraram claramente as suas preocupações com a crescente rejeição que a Globo, por exemplo, vem enfrentando na população em geral. Se nem os artistas da casa já não agüentam mais tanta dissimulação, o que dizer do público que hoje já pode contar com uma infinidade de outros meios para se informar?

Mas o fato é que apenas ficar atento aos movimentos do mercado não basta. Na velocidade com que as coisas acontecem atualmente, mais do que ver, é preciso antever. Já é notória a mobilização da sociedade civil em boicotar marcas e produtos de empresas que se aliam a esse tipo de mídia coronelista.

Grandes atacadistas, empresas de varejo, montadoras de veículos, bancos, redes de supermercados, indústrias, prestadores de serviços e tudo o mais, podem e devem ser alvos de uma violenta resposta de seus clientes se continuarem desdenhando e duvidando do poder de organização e retaliação que o mundo moderno lhes concedeu.

Já não se trata tão somente de uma nova estratégia de marketing, mas de se tornar imune à uma contaminação que poderá ser mortal ao futuro de seus empreendimentos. A Rede Globo e seus similares se tornaram uma lepra que todas as marcas deveriam urgentemente evitar.