Projetos dos EUA aumentam tensão com a China e podem gerar conflito até 2027

Atualizado em 25 de setembro de 2024 às 14:50
Os presidentes da China, Xi Jinping, e dos Estados Unidos, Joe Biden, durante reunião na APEC (Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), em 2023. Foto: Saul Loeb/AFP

Por Anna Munhoz, publicado na revista Sociedade Militar

A tensão entre EUA e China aumenta a cada dia e, somente na última semana, dois acontecimentos importantes fizeram acender um alerta para um possível conflito entre as duas potências até o ano de 2027.

Um deles é o plano de guerra dos EUA que tem como principal alvo a China. Outro evento é a informação de que Washington não pretende retirar o sistema de mísseis de médio alcance implantado nas Filipinas, mesmo com as exigências de Pequim.

Na última quarta-feira, dia 18, a Chefe de Operações Navais dos EUA, Almirante Lisa Franchetti, apresentou uma iniciativa que pretende expandir o plano de guerra norte-americano. Trata-se do Projeto 33, uma iniciativa que tem por objetivo ampliar o uso de sistemas robóticos e autônomos em toda a frota do país, coincidentemente, até o ano de 2027.

“O presidente da República Popular da China [Xi Jinping] disse às suas forças para estarem prontas para a guerra até 2027 — estaremos mais prontos. O Projeto 33 é como colocaremos mais jogadores prontos em campo até 2027. O Projeto 33 estabelece meus objetivos para fazer avanços estrategicamente significativos no menor tempo possível com os recursos que temos”, escreveu Franchetti.

A almirante Lisa Franchetti, comandante a Marinha americana escolhida pelo presidente Joe Biden. Foto: Eric R. Dietrich/ AFP

Mísseis nas Filipinas

Já em relação a retirada dos mísseis das Filipinas, os Estados Unidos já informaram que não têm planos imediatos de retirar o sistema, o que tem causado apreensão nos chineses.

Segundo informações divulgadas pela Agência Reuters na quinta-feira, dia 19, a intenção dos EUA é testar a possibilidade de utilizar os mísseis em um conflito regional. Conhecido como Typhon, o sistema pode ser equipado com mísseis de cruzeiro capazes de atingir alvos chineses.

O porta-voz do governo chinês Lin Jian declarou em coletiva de imprensa que o país está preocupado com a situação.

“Quanto à implantação do sistema de mísseis de Capacidade de Médio Alcance dos EUA nas Filipinas, a China já deixou claro sua oposição mais de uma vez. Essa implantação é um movimento para retroceder no tempo. Ameaça gravemente a segurança dos países da região, incita a confrontação geopolítica e despertou alta vigilância e preocupações nos países da região”, elencou.

Ainda, segundo o porta-voz, o governo chinês espera que os EUA atendam os chamados dos países da região e parem de incitar o confronto militar, retirando o sistema de mísseis das Filipinas.

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