Apostas serão tratadas como cigarro em novo projeto de regulamentação, diz Haddad

Atualizado em 25 de setembro de 2024 às 20:01
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento realizado pelo Banco Safra, em São Paulo, nesta quarta (25). Foto: Washington Costa/Ministério da Fazenda

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que vai tratar sites de apostas como cigarros no novo projeto de regulamentação preparado pelo governo Lula. A ideia é tratar as plataformas como uma forma de gerar vício e criar sistemas para controlar e monitorar as bets.

“Toda a regulamentação é voltada para tratar os jogos como se trata cigarro. Tem uma dimensão de entretenimento, mas você vai gastar R$ 10,00 numa aposta para seu time, vai consumir uma parte da renda”, afirmou Haddad durante evento realizado pelo Banco Safra, em São Paulo, nesta quarta (25).

O novo projeto vai impedir que pessoas façam apostas usando cartões de crédito e criar um monitoramento de CPFs nessas plataformas. “Vamos ter um sistema de alerta em relação às pessoas que estão revelando certa dependência psicológica do jogo”, prosseguiu.

Site de apostas, as chamadas bets. Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

As bets foram legalizadas em 2018, mas só foram regulamentadas por lei em dezembro de 2023. “Nesses cinco anos sem regulação, muita gente já ficou dependente das apostas e precisa de apoio profissional”, completou o ministro.

O Banco Central identificou que 56 empresas de apostas receberam R$ 20,8 bilhões em transferências só em agosto de 2024. No ano inteiro, o mercado já superou as projeções do governo.

Entre janeiro e agosto deste ano, brasileiros gastaram entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões mensais com empresas do setor. No total, o valor chega a cerca de R$ 166 bilhões, número que ultrapassa a estimativa do Ministério da Fazenda, que calculava uma movimentação anual de até R$ 150 bilhões.

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