Rosângela Crepaldi, investigada pela Polícia Federal (PF) por envolvimento com o esquema conhecido como Máfia das Creches, voltou atrás na denúncia que havia feito contra o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Durante um depoimento à Polícia Civil na última terça-feira (24), ela negou qualquer envolvimento do candidato à reeleição no esquema de desvio de verbas das escolas.
Anteriormente, em um vídeo divulgado pela Folha de S. Paulo no dia 30 de julho, Rosângela havia acusado o político de receber dinheiro desviado de unidades de ensino infantil enquanto exercia o cargo de vereador na capital paulista. Funcionária de um escritório de contabilidade suspeito de operar um esquema de emissão de notas fiscais frias para lavagem de dinheiro, ela agora contesta sua própria versão.
No vídeo divulgado, a mulher afirmava que a empresa do prefeito Ricardo Nunes era beneficiada com recursos desviados das creches sem fornecer nenhum serviço em troca. Entretanto, em seu novo depoimento, ela desmentiu a versão anterior, alegando que “desconhece a participação, envolvimento, direto ou indireto de de Ricardo Nunes em quaisquer negócios de creche ou nos fatos investigados pela Policia Federal”.
Rosângela explicou que, no momento em que gravou o vídeo, estava passando por um período de confusão e nervosismo, o que pode ter afetado seu julgamento. Ela pediu desculpas ao prefeito, afirmando que se equivocou em suas declarações anteriores.
Além disso, ela afirmou que não autorizou a divulgação do vídeo e relatou que, desde a sua publicação, sua vida se tornou um “inferno”, com constantes ameaças e pressões de pessoas ligadas à investigação. No entanto, negou ter sido procurada pelo político ou seus aliados para mudar seu depoimento, justificando que a decisão de voltar atrás ocorreu devido à repercussão negativa.
Em julho, o Metrópoles apurou que o vídeo de Rosângela não fazia parte do inquérito policial que investiga desvios de recursos da educação em organizações sociais que administram creches. Desde 2020, a PF investiga a organização social Associação Amigos da Criança e do Adolescente (Acria), presidida por Eliana Targino, ex-funcionária de Nunes, que teria feito repasses de dinheiro à dedetizadora Nikkey, de propriedade da família do prefeito.
A Acria é suspeita de desviar recursos destinados às creches por meio de compras fraudulentas, em um esquema operado pelo escritório de contabilidade de Rosângela, que está sob investigação. Em sua primeira versão, ela havia declarado que a associação pertencia, de fato, a Ricardo Nunes, e que ele seria beneficiado com os desvios.
No entanto, em seu depoimento mais recente, Rosângela alegou que a empresa da família do candidato à reeleição apenas prestava serviços de dedetização a associações, sem qualquer irregularidade. Assim, ela desmentiu a ligação do prefeito com o esquema de desvio de verbas.
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