O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu grupo político estão otimistas sobre a possibilidade de Pablo Marçal (PRTB) avançar para o segundo turno das eleições municipais em São Paulo. A avaliação é de que o ex-coach, novato na política, conseguiu consolidar uma “onda” entre eleitores da direita em um momento crucial da campanha. A dúvida no grupo bolsonarista é quem Marçal enfrentará no segundo turno: o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), ou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Influenciador e empresário, apoiado pela ala mais conservadora, ele conseguiu se destacar ao posicionar-se como uma “novidade” no cenário político, longe das tradicionais estruturas do Executivo e Legislativo.
Essa imagem, aliada a um discurso de ruptura com o sistema, cativou parte significativa do eleitorado da direita. “Marçal soube usar bem sua inexperiência política para se vender como alguém fora do sistema”, afirmou um analista ligado ao grupo de Bolsonaro.
Embora Nunes conte com o apoio oficial de Bolsonaro e do Partido Liberal, o prefeito enfrenta resistência dentro do próprio eleitorado conservador. Parte desse grupo enxerga o ex-coach como um representante mais autêntico das bandeiras da direita.
Para tentar conter uma migração de eleitores para o candidato do PRTB, Bolsonaro tem reforçado que o vice de Nunes, coronel Mello Araújo (PL), é uma pessoa de extrema confiança do ex-presidente e que teria um papel decisivo em um possível novo governo do emedebista.
Apesar dessa tentativa de manter apoio pela reeleição, nos bastidores, o núcleo de Bolsonaro demonstra ceticismo quanto ao perfil de Marçal como um verdadeiro opositor do sistema. Há quem acredite que, caso eleito, o empresário poderia ceder a acordos políticos com figuras tradicionalmente rejeitadas pelos bolsonaristas.
“Marçal pode se moldar às conveniências do poder, o que é um risco para o eleitorado mais radical”, comentou um integrante do grupo ao Metrópoles.
Se o segundo turno for entre Nunes e Marçal, Bolsonaro continuará fazendo campanha para o atual prefeito, reforçando seu apoio à chapa. Mas, se a disputa for contra Boulos, o ex-presidente deverá apoiar publicamente o ex-coach, com o objetivo de evitar a ascensão de um candidato identificado com a esquerda e os movimentos sociais, considerando que o pesolista ficou conhecido como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Os dados mais recentes reforçam essa tensão no cenário eleitoral. Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira (3), Guilherme Boulos aparece com 29% das intenções de voto, seguido por Marçal e Nunes, ambos com 26%, configurando um empate técnico entre os três. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento também revelou uma queda de três pontos percentuais para Nunes em comparação com a semana anterior, enquanto Marçal cresceu três pontos. Esse movimento sugere uma tendência de alta para o empresário nas semanas finais da campanha, o que está deixando o grupo de Bolsonaro ainda mais confiante em sua ida para o segundo turno.
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