O ex-coach Pablo Marçal (PRTB) é o candidato à Prefeitura de São Paulo com os discursos mais agressivos durante debates. Segundo análise feita pelo jornal O Globo por meio de inteligência artificial, quatro a cada dez falas dele nos eventos foram comentários depreciativos contra concorrentes, o dobro do registrado por adversários.
José Luiz Datena (PSDB), autor da cadeirada no ex-coach, aparece em segundo lugar, com 17% de suas falas sendo ataques a adversários. Ricardo Nunes (MDB), aparece como o candidato que mais falou sobre o que considera realizações próprias, enquanto Guilherme Boulos (PSOL) focou em criticar o prefeito.
O psolista criticou, por exemplo, a quantidade de obras entregues por Nunes e a qualidade desses projetos, além de detonar a segurança pública na capital paulista.
Tabata Amaral (PSB) aparece como a candidata que mais expôs propostas de campanha, como projetos para alfabetização de crianças, e passou a ser mais crítica com Boulos nos últimos debates. Marina Helena (Novo) foi quem mais falou sobre propostas depois da deputada federal em números absolutos.
O levantamento ainda mostra que os temas mais discutidos nos eventos foram saúde e educação, com debates sobre a fila para exames na rede pública da capital, a quantidade de unidades hospitalares e a expansão de escolas em tempo integral.
O tema segurança também foi bastante presente nos eventos, sendo “crime” a 13ª palavra mais repetida e “segurança” a 18ª. Menções ao PCC (Primeiro Comando da Capital) foram repetidas em 77 ocasiões, uma média de oito vezes a cada embate.
O levantamento do jornal O Globo analisou 18 horas de transmissão e um total de 136 mil palavras (o equivalente a um livro de 544 páginas). As falas foram separadas nas categorias “proposta”, “realização”, “dados”, “crítica”, “ataque pessoal” e “agradecimento”, e catalogadas por uma ferramenta de inteligência artificial que usa modelos de linguagem para compreender as declarações.
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