O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), convidou o ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), para assumir uma secretaria municipal após a derrota no primeiro turno das eleições. O ex-coach obteve 1,7 milhão de votos, representando 28,14% dos votos válidos, mas não avançou para o segundo turno, que será disputado entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).
Nesta segunda-feira (7), diante dos resultados, Manga divulgou um vídeo nas redes sociais convidando o empresário para o cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico de Sorocaba. Segundo o prefeito, o influenciador é “um grande empresário” e “referência nacional de sucesso”.
“Não consegui falar com ele ainda pessoalmente, mas estou fazendo oficialmente o convite para que Pablo Marçal aceite a oportunidade de estar como secretário de Desenvolvimento Econômico aqui na cidade de Sorocaba”, declarou chefe do Executivo da cidade do interior paulista, que foi reeleito com 73,75% dos votos válidos.
Nos comentários da publicação, internautas expressaram opiniões divididas. Enquanto alguns apoiaram a iniciativa de Rodrigo Manga, outros demonstraram descontentamento. “Decepção, perdi meu voto”, escreveu um eleitor, enquanto outro brincou sobre o polêmico laudo falso atribuído a Boulos: “Cuidado com os documentos médicos da cidade”.
Por outro lado, seguidores do prefeito comemoraram o convite: “Que alegria ouvir isso. Fiquei tão triste pelo Pablo não ter ganhado em São Paulo. Será que ele vai aceitar? Torcendo para que sim”, comentou uma usuária.
O político do Republicanos é alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desde sua primeira campanha à prefeitura de Sorocaba, em 2020. Nos últimos meses, ele repercutiu por declarações a favor de Israel e anti-Hamas, na intenção de atrair o eleitorado conservador e evangélico do município.
O mandatário chegou a viajar até Brasília para apoiar cidadãos de Sorocaba que foram resgatados da Palestina pelo governo federal nas primeiras semanas da guerra na Faixa de Gaza. O “resgate” teve a participação de um táxi aéreo, simulando uma suposta participação de seu mandato na operação de repatriação da Força Aérea Brasileira (FAB).
Manga também apresentou à Câmara Municipal um projeto de lei que proíbe “manifestações de apoio a grupos terroristas” e não escondeu que seu objetivo era afastar demonstrações de apoio a Hamas. Com o texto aprovado, vereadores instituíram pena de multa de até 50 mil reais a quem defender publicamente o grupo armado palestino.
Apesar do convite, Pablo Marçal indicou que não pretende aceitar cargos municipais. Em entrevista concedida após as eleições, o ex-candidato revelou seus planos para 2026, descartando uma nova candidatura à prefeitura de São Paulo e focando em um cargo executivo de maior escala.
“O que eu estou pensando para 2026 é um cargo executivo. Vocês não vão me ver disputando, pode anotar isso aí, vocês não vão me ver disputando prefeitura de São Paulo mais nenhuma vez na vida. Vocês não vão me ver disputando o Legislativo, então só tem dois caminhos aí, o governo do estado ou a questão da presidência do Brasil”, afirmou o ex-coach.
Além de ter sido derrotado no primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal é alvo de uma série de ações na Justiça, que podem fazer com que ele se torne inelegível ou seja preso. A mais recente delas se refere à divulgação de um falso laudo médico que tentou associar Guilherme Boulos ao uso de cocaína. Por conta desse episódio, o empresário incorre em duas esferas: a de crime eleitoral e de crime comum.
Outra situação que deixa o cenário complicado para o ex-coach está ligada ao uso indevido de meios de comunicação e abuso econômico, o que foi alegado pelo PSB e por Boulos em uma ação que envolve a campanha do candidato do PRTB. Isso porque ele teria prometido a candidatos a vereador em troca de um Pix no valor de R$ 5 mil.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
?Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line